São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995 |
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DEPOIMENTO Sempre recebi mesada do meu marido -atualmente ele me dá o dinheiro por semana, porque senão acaba antes do fim do mês. Tentamos conta conjunta antes, mas também não deu certo -eu sempre estourava o saldo. Agora, recebo um pouco na mão e o resto ele deposita na conta do banco. Normalmente, tenho controle dos meus gastos em casa e com cabeleireiro, roupas e objetos de uso pessoal. Administro o dinheiro o melhor que posso, para poder fazer uma espécie de ``caixa dois". A gente não sabe o dia de amanhã -eu vivo ouvindo histórias de mulheres que foram deixadas pelos maridos. Por mais que a gente se dedique quando está casada, ninguém reconhece quando se discute a pensão no tribunal. Por outro lado, sempre detestei trabalhar fora -não há dinheiro que eu ganhe na rua que me dê a satisfação que sinto em casa. Também não tenho idéia de quanto meu marido ganha por mês. Ele é empresário e tem máquinas de fliperama em uma porção de shoppings. Volta e meia tento sondar. Vejo uma máquina de fliper e digo: ``Nossa, quanta gente jogando. Deve dar uma grana essa máquina, hein?". Pergunto quanto é a ficha: ele me diz, mas é muito difícil fazer a conta. Por alto, recebo por mês 20% do faturamento dele. Quando vejo que está sobrando, sempre peço mais. Com marido a gente tem sempre que estar pedindo. Ele sabe que poupo e até brinca. Quando nos mudamos para esta casa, que é grande (cinco suítes), tinha muita coisa para acabar na obra. Ele disse que ia pagar com meu caixa dois. Renata Colucci, 37, é casada e vive de mesada. Texto Anterior: Mulheres vivem de mesada sem remorso Próximo Texto: ``Transei com meu irmão" Índice |
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