São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995
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Fundo de curto prazo atrai mais

DA REDAÇÃO

As mudanças determinadas pelo governo federal no mercado financeiro com a criação dos FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) deverão reduzir a preferência dos investidores pela caderneta.
Até agora, 79% diziam ser atraídos para aplicar na poupança; com as novas regras, somente 44% declaram ter essa intenção.
Mais da metade dos paulistanos (55%) diz que vai investir seus recursos nos novos FIFs.
É o que mostra pesquisa do Datafolha, realizada por telefone no dia 28, em que foram entrevistados 152 homens e mulheres com mais de 16 anos de idade, detentores de pelo menos uma aplicação, além da poupança.
Os novos fundos foram criados pelo governo para alongar os prazos das aplicações, separando o dinheiro que será gasto ao longo do mês do que pode ser aplicado por mais tempo.
Mas, segundo revela a pesquisa, essa não é a intenção dos entrevistados.
25% dos entrevistados escolhem os fundos de curto prazo -os únicos na nova estrutura que vão permitir o saque diário.
Os fundos que creditam rendimentos a cada 30 ou 60 dias receberiam número bastante semelhante de intenção de depósitos: 17% dos entrevistados preferem FIF de 30 dias, e 16%, de 60 dias.
Os fundos de 90 dias, as aplicações mais longas, contam com a preferência de apenas 12% dos entrevistados.
Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) foram a escolha de 13% dos entrevistados, praticamente mantendo a preferência anterior às mudanças.
O rendimento do CDB só é creditado a cada 30 dias e a taxa de remuneração varia conforme o volume do investimento.
Quanto mais o investidor aplicar, maiores as chances de obter uma taxa mais vantajosa. Se o volume for baixo, poderá até render menos do que a poupança.
Apenas 4% dos entrevistados afirmaram que, em vez de escolher qualquer aplicação, preferem ``gastar de alguma maneira".
Um número maior de entrevistados (8%) disse não saber o que fará com o dinheiro a partir de amanhã, quando somente os novos FIFs poderão receber depósitos. Os antigos fundos continuarão rendendo, mais só permitirão saques.
Quando se trata de avaliar a qualidade das mudanças determinadas pelo governo, as opiniões se dividem: 37% disseram que as regras são positivas, enquanto para 34% são indiferentes; 16% as consideram negativas e 12% não têm opinião formada sobre o assunto.
A maioria dos entrevistados (52%) se considera ``mais ou menos informado" sobre as mudanças no mercado financeiro. Já 29% se dizem bem informados, enquanto 18% afirmaram estar desinformados sobre o assunto.
A pesquisa Datafolha, cujos dados devem ser tratados como um indicador de tendência, possibilitou aos entrevistados escolher mais do que uma resposta -por isso, nem sempre, o total dos percentuais soma 100%.
A pesquisa constatou que em apenas 16% dos domicílios com telefone há aplicadores em investimentos que não seja só a poupança. Em praticamente um terço (31%) existem investidores só de poupança e na maioria (52%) não há aplicadores.

A pesquisa foi um levantamento por amostragem junto à população a partir de 16 anos, residente na cidade de São Paulo, possuidora de telefone e com alguma aplicação financeira, além da poupança. Foram entrevistadas 152 pessoas, sendo que a maioria dos investidores é composta por homens com idade entre 26 e 40 anos. A margem de erro para esta amostra é de 8,0 pontos percentuais para mais ou para menos.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistente a estatística Renata Nunes Cesar. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva. A coordenação e análise dos dados deste trabalho foi feita por Vera Ferraz, tendo como assistente Mônica Choueri. A coordenação dos trabalhos de campo esteve a cargo de Magda Ribeiro.

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sobre os novos fundos nas págs. 6, 7 e 10

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