São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paraná quer construir prisões industriais

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA (PR)

O governo do Paraná quer formar uma parceria com empresas privadas para a construção de penitenciárias industriais. Nelas, os presos poderiam executar atividades e receber salário pelo trabalho.
O projeto foi apresentado pelo governador Jaime Lerner (PDT) a cerca de 300 empresários do Estado do Paraná, que ainda não responderam à proposta do governo.
Pelo trabalho prestado, o preso receberia de um salário mínimo a um salário mínimo e meio (R$ 100 a R$ 150), divididos em três partes: uma para ele, uma para a família e outra para um pecúlio (a ser sacado ao final da pena).
Além da remuneração, a cada três dias de trabalho o preso teria um dia reduzido do total de sua pena. O secretário estadual de Justiça e Cidadania, Edson Vidal Pinto, diz que ainda não foram definidas as atividades que funcionarão nas penitenciárias industriais.
Segundo ele, elas ficarão a cargo das empresas que participarem do projeto. Cada prisão industrial terá 6.000 m2 de área construída e capacidade para 250 presos.
As prisões serão construídas pelo governo do Estado. Caberá às empresas a implantação dos refeitórios e a instalação das máquinas. O custo médio de cada prisão é de aproximadamente US$ 4 milhões.
Segundo o secretário, o governo pretende construir cinco unidades: em Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava e Ponta Grossa. Todas terão quartos, refeitório, oficinas de trabalho e área de lazer.
Terão direito de transferência às penitenciárias industriais os presos de menor periculosidade e que apresentarem bom comportamento. ``Acreditamos que 75% dos presos que estão hoje nas cadeias públicas possam ser beneficiados com esse novo projeto", diz.
A parceria entre Estado e iniciativa privada já funciona para os presos da Colônia Penal Agrícola (CPA), na região metropolitana de Curitiba, que abriga 772 detentos.
Desse total, 48% trabalham em empresas do setor de construção civil e na Telepar (Telecomunicações do Paraná S/A). ``Eles trabalham durante o dia e retornam à CPA para estudar e descansar."

Texto Anterior: Zagallo era policial no Maracanã em 1950
Próximo Texto: Vocação é imprescindível na carreira militar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.