São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995
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Calor é a salvação do mercado no litoral

RODRIGO AMARAL
ENVIADO ESPECIAL AO LITORAL DE SÃO PAULO

Com as vendas paradas, o mercado imobiliário do litoral de São Paulo aguarda com ansiedade o verão para tentar se recuperar.
``Chegamos ao fundo do poço em agosto", afirma o empresário Ramón Álvarez, dono de uma imobiliária que leva o seu nome na Riviera de São Lourenço (102 km a sudeste de São Paulo).
Segundo levantamento mensal do Datafolha, foram vendidos em agosto apenas dez imóveis no litoral paulista, sendo seis em Santos (72 km a sudeste de São Paulo).
O motivo desse fraco desempenho é o mesmo que atinge o mercado como um todo: a conjunção da falta de dinheiro da classe média com os efeitos da MP (medida provisória) 1.053, editada em julho pelo governo federal.
A MP 1.053 proibiu a cobrança de uma parcela anual de repasse de custos nos contratos de venda.
Agora, como só podem reajustar mensalidades uma vez por ano, os construtores dizem não ter como recuperar os aumentos mensais dos custos das obras. Por conta disso, foram suspensos lançamentos e grande parte das vendas.
Em setembro, porém, as vendas no litoral já podem começar a melhorar. ``A procura está aumentando", afirma Ramóm Álvarez.
``Tradicionalmente, o melhor período para o mercado do litoral é entre outubro e janeiro", concorda Luiz Clarindo, diretor da Imobiliária Sol, de São Paulo.
E não faltam oportunidades para quem estiver interessado em adquirir um imóvel próprio na praia.
O Datafolha constatou que há, hoje, mais de 800 imóveis à venda nas praias do litoral paulista.
A maioria concentra-se no litoral sul. Só na Praia Grande (82 km noroeste de São Paulo), por exemplo, são 412 os imóveis à venda -mais da metade do total.
Uma das tendências cada vez mais consolidadas no litoral é a da formação de condomínios, tanto verticais como horizontais.
Ao apostar nesse tipo de empreendimento, as construtoras investem, principalmente, em critérios de segurança e facilidade de manutenção do imóvel.
Um exemplo é o Condomínio Praias do Arpoador, em Peruíbe (135 km ao sul de São Paulo), que possui um sistema de segurança e manutenção com 21 funcionários.
Em função de permanecerem muito tempo fechados, os imóveis de praia são alvos fáceis de assaltos, principalmente fora da temporada. Já a manutenção periódica é necessária em função da maresia e da alta umidade relativa do ar.

LEIA MAIS
sobre o litoral nas páginas 9-3 e 9-7.

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