São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995
Próximo Texto | Índice

Gol GTI vence duelo de motores 16 válvulas

GRACILIANO TONI; LUCIANO SOMENZARI
EDITOR DE VEÍCULOS

LUCIANO SOMENZARI
O VW Gol GTI 16V e o Peugeot 306 S16 são um convite a multas por excesso de velocidade. Os dois também atraem multidões de outros motoristas tentando provar que seus carros são mais rápidos.
Eles têm praticamente o mesmo peso, volume de motor e tamanho. Mas o confronto entre o brasileiro e o francês mostra comportamentos bem diferentes.
O Gol se sai melhor em estradas sinuosas, com muitas curvas. Trechos de serra são perfeitos. O Peugeot prefere -e se sai melhor que o rival, por ser mais veloz e silencioso- longas retas e piso plano.
Pelos números apurados (compare no quadro ao lado), o brasileiro é mais nervoso que o francês, apesar de acelerar mais lentamente até 100 km/h.
A partir daí, o GTI reage e ultrapassa o S16. Nas retomadas -acelerações para ganhar velocidade depois de frear ou desacelerar, situação típica de ultrapassagem-, o Gol abre mais vantagem.
O GTI 16V tem 16 cavalos-vapor (cv) a menos de potência que o S16 (o S é a abreviatura de ``soupapes" -válvulas, em francês), mas o melhor projeto do câmbio compensa a diferença. São 157 cv contra 141 cv.
No outro lado da moeda, o consumo de combustível, o S16 vence. ``Bebe" um litro de gasolina a cada 10,9 km. Com a mesma quantidade de combustível, o GTI 16V percorre 7,9 km.
O Peugeot testado pela Folha estava com apenas 240 km rodados (contra mais de 2.000 km do Gol). Rodando mais, é possível que seus tempos melhorem.
Mas nenhum desses números mostra a característica mais marcante dos esportivos médios Peugeot e VW: a dirigibilidade.
Nesse aspecto, o Gol dispara na frente com vários corpos de vantagem. O prazer ao dirigir o carro brasileiro talvez só tenha similar nos conversíveis esportivos.
Bancos envolventes, volante de boa empunhadura e câmbio preciso e curto tornam o GTI 16V um dos carros nacionais mais agradáveis de dirigir.
Suas acelerações são uniformes, sem ``buracos" nas trocas de marchas. No S16, é preciso ``esticar" muito as marchas, acelerando, para conseguir bom desempenho.
A direção hidráulica do Gol, no entanto, perde pontos para a do S16. No carro francês, ela se mostra mais firme em altas velocidades, quesito importante para o controle do veículo.
A posição do painel, outro item fundamental em um esportivo, é melhor -embora ainda não muito boa- no Gol que no Peugeot.
Para enxergar os instrumentos no carro francês, o motorista precisa baixar muito o olhar, desviando sua atenção do trânsito.
A visibilidade dianteira é perfeita no S16 -não tanto no GTI.

Próximo Texto: Entenda operação do sistema
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.