São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 1995
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Júri branco deve ser maioria nas ações civis

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

As ações civis das famílias de Nicole Brown e Ronald Goldman contra O. J. Simpson vão ser decididas por júris com provável maioria de brancos porque serão julgados no distrito da casa dele, um bairro de brancos.
O advogado da família Goldman, Robert Tourtelot, disse: ``Nós queremos que Simpson não tenha nem US$ 0,10 no bolso. Ele pode ficar livre mas pelo menos não vai ter os carros, as casas, a vida de milionário".
O ex-jogador de futebol americano não corre mais o risco de ir para a cadeia pelas mortes de Goldman e Nicole.
Mas pode ter que pagar indenizações vultosas às famílias das vítimas se elas vencerem esses processos.
São três as ações em andamento contra Simpson: a do pai de Goldman, a da mãe de Goldman (que é divorciada) e a dos pais de Nicole, ex-sogros de Simpson.
No caso de ações civis, a legislação norte-americana não exige decisões unânimes do júri, como ocorre nas ações públicas. Basta maioria de três quartos.
A lei também não determina que o jurado só condene se estiver convencido ``além de qualquer dúvida razoável" da culpa do acusado. Basta que ele ache haver ``preponderância das evidências incriminadoras".
O advogado de Simpson disse ontem que as famílias das vítimas deveriam suspender os processos, já que ele foi absolvido. Mas pelo menos o pai de Goldman já respondeu que não vai desistir.
Simpson pode tentar obter alguma compensação da Prefeitura de Los Angeles, caso resolva processá-la pelos prejuízos provocados pelo período em que ficou preso como suspeito dos crimes.
O valor da indenização pedida pelos parentes das vítimas ainda não foi estabelecido. Também não se sabe quanto Simpson poderá requerer como compensação para os prejuízos que sofreu nos últimos 16 meses.
(CELS)

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