São Paulo, sábado, 7 de outubro de 1995
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Petrobrás e petroleiros se acertam sobre reajuste

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobrás e os petroleiros chegaram a um acordo sobre o índice de reajuste salarial que a categoria terá no acordo coletivo para o período que vai de setembro deste ano a agosto de 96.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros), que representa os cerca de 47 mil empregados da estatal nas negociações, já aceita a proposta de 29,8% feita pela empresa.
A entidade ainda quer que conste no texto da cláusula econômica do acordo que a empresa não está pagando no reajuste os percentuais de inflação referentes a julho e agosto deste ano.
O índice oferecido pela Petrobrás é composto por 20,94% de reposição do IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em Real) de setembro/94 a junho/95, quando o índice foi extinto` 3,16% de produtividade` e 4,06% de ajuste médio entre as várias faixas salariais dos seus empregados.
Garantia
Tanto a Petrobrás como a FUP informaram que, em essência, a assinatura do acordo está por duas cláusulas: a garantia no emprego e o problema dos efeitos do desconto dos 31 dias parados na greve de maio/junho deste ano sobre outras remunerações.
A Petrobrás, por sua vez, se compromete apenas a não fazer demissões ``coletivas" de empregados admitidos por meio de concurso público.
A FUP quer que a empresa se comprometa a não fazer demissões coletivas ou arbitrárias, como vinha se comprometendo nos últimos acordos.

Greve
Sobre a greve, o problema é que o desconto dos dias parados tem reflexos negativos na remuneração das férias, no 13º salário e nos aumentos ou promoções por mérito.
A empresa se propõe a rever, a seu critério, esse último aspecto, mas a FUP reivindica que todos os efeitos negativos sejam anulados.
Ontem, a empresa pediu um tempo para reestudar a reivindicação da FUP. Não há prazo para uma resposta, embora ela deva ser dada na próxima semana.
Maurício Rubem disse que a categoria ainda está ``de ressaca" da greve de maio/junho e que quer evitar nova situação de confronto.
Houve grande desgaste da imagem da categoria com a greve, devido ao racionamento de combustíveis.
Essa situação, segundo ele, poderá se configurar se a empresa decidir mandar o acordo para julgamento do TST (Tribunal Superior do Trabalho).

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