São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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PMDB e PFL querem FSE até março de 97

DANIEL BRAMATTI

DANIEL BRAMATTI; SÔNIA MOSSRI; LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB e o PFL fecharam questão em torno da prorrogação do FSE (Fundo Social de Emergência) por um ano e três meses. Nesse caso, o fundo permaneceria em vigor até março de 1997, quando os parlamentares voltariam a discutir uma nova prorrogação.
O prazo foi sugerido pelo relator do projeto de emenda constitucional que prorroga o fundo, deputado Ney Lopes (PFL-RN), em reunião com os líderes do PMDB, PFL e PSDB, realizada na presidência da Câmara.
O líder tucano, deputado José Aníbal (SP), defendeu a prorrogação por dois anos, mas não obteve apoio. ``Se o governo não quiser o prazo de um ano e três meses, vai ser pior: a gente prorroga só por um ano", disse o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE).
O PMDB detém 103 votos na Câmara e 23 no Senado. O PFL tem 94 deputados e 21 senadores.
O prazo de 15 meses foi escolhido por causa das eleições municipais de 96. Os líderes avaliaram que, se o fundo valesse só até o fim de 96, os deputados não teriam tempo de votar uma nova prorrogação por causa do envolvimento nas campanhas eleitorais.
``Podemos estar próximos do fim do impasse", disse o líder do PMDB, Michel Temer (SP).
A intenção inicial do Palácio do Planalto era prorrogar o fundo até 1999. Diante das resistências de seus próprios aliados no Congresso, o governo resolveu negociar um prazo menor.
O FSE permite que o Executivo utilize com total liberdade 20% das receitas de impostos -esse valor é excluído do cálculo dos repasses obrigatórios para áreas como educação e saúde.
PFL e o PMDB também fecharam um acordo para evitar que o governo tenha controle total sobre a arrecadação de R$ 22 bilhões, prevista para 96, caso seja aprovada a prorrogação do FSE.
A idéia é destinar mais verbas para o SUS (Sistema Único de Saúde) e diminuir o uso do fundo com pagamento de pessoal e custeio da máquina administrativa, como luz, água e contratação de serviços de terceiros.
Em vez de esperar que o governo envie projeto de lei determinando o emprego dos recursos -no caso de aprovação da prorrogação do FSE-, PFL e PMDB pretendem se antecipar e já colocar no Orçamento de 96 cerca de R$ 3,8 bilhões para o SUS.
Além desses problemas que terá de driblar para ver sua proposta original aprovada, o Planalto ainda tem a ameaça da bancada paranaense de votar em peso contra a ampliação da vigência do fundo.
Os 21 parlamentares do Paraná protestam contra a rejeição de indicações feitas para cargos no Estado. O estopim da crise foi a não-indicação do ex-governador Mário Pereira (PMDB) para presidir a Itaipu Binacional. O governo nomeou o ex-deputado Euclides Scalco (PSDB-PR) para o cargo.

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