São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Governadores do PT se aliam a Genoino

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governadores e prefeitos do PT se aliaram ao deputado José Genoino na defesa da reforma administrativa, ontem, durante reunião do partido.
Os chefes de Executivos petistas não conseguiram, no entanto, convencer os deputados da legenda a votar a favor do fim da estabilidade dos servidores públicos.
Parlamentares, governadores e prefeitos do PT estão de acordo em um ponto: é preciso fazer uma reforma ampla no Estado.
Os governadores levaram números para tentar convencer os deputados. Vítor Buaiz (Espírito Santo) afirmou que gasta 95% de sua receita com o pagamento da folha de funcionários.
O petista capixaba é um dos principais defensores da criação de mecanismos que facilitem a demissão de funcionários da administração pública.
Segundo Buaiz, o déficit financeiro de seu Estado é de R$ 25 milhões. Pelas suas contas, para equilibrar as despesas, seria necessária demissão de 20 mil funcionários. O governador, no entanto, afirma que essa não é a solução.
``Noventa por cento dos funcionários estão nas áreas de educação e saúde. A demissão não resolveria o problema", afirmou.
O governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, que foi anfitrião do encontro, afirmou que a cada mês a folha de pagamento de funcionários de seu governo aumentou cerca de 3% com os biênios, aposentadorias e outros benefícios.
"O que me preocupa com a proposta do governo federal é que não estão claros os critérios de demissão", disse Buarque.
O deputado Marcelo Deda (SE) afirmou, ao final da reunião no Palácio do Buriti, que os parlamentares do PT que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara mantém sua posição contrária ao projeto de emenda constitucional do governo que estabelece os critérios para a reforma administrativa.
A maioria, segundo Deda, não concorda com o fim da estabilidade proposta pelo governo. O deputado José Genoino, que anteriormente havia defendido o projeto governista na CCJ, também participou do encontro no Buriti.
Hoje a bancada do PT na Câmara deve se reunir para discutir novamente a proposta de fim da estabilidade do funcionalismo público.
Na próxima terça-feira, a Executiva Nacional do partido poderá definir como será o voto petista na CCJ. No dia 17, a comissão analisa o projeto do governo.

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