São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995 |
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'Custo Zé Rainha' preocupa os fazendeiros
GEORGE ALONSO
O chamado ``custo Zé Rainha" da terra -que significa desvalorização das fazendas devido às invasões dos sem-terra- está deixando os fazendeiros intranquilos. Fazendeiros e dirigentes do sindicato de Presidente Prudente se encontraram com o secretário de Justiça, Belisário dos Santos Jr. Apesar dos "avanços", o vice-presidente do sindicato, Célio Romero de Souza, afirmou que a ``coisa pode emperrar" no valor e na forma do pagamento pelas benfeitorias das terras. A expressão ``custo Rainha" é usada pelos próprios funcionários do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo). Técnicos do órgão estão avaliando as terras. Os fazendeiros reconhecem que, pela primeira vez, desde 1948, o Estado fala em indenizações. Naquele ano, a área foi declarada de interesse público, mas o Estado se omitiu e nunca ocupou as terras. Santos Jr. faz sigilo sobre as indenizações. ``Foi acertado com o Incra repasse de recursos em torno de R$ 30 milhões. Mas para várias áreas, não só para o Pontal." Covas conclui, em dez dias, a avaliação das primeiras quatro fazendas para assentar mil famílias. Souza disse ontem que ``espera equilíbrio no tratamento da questão". Santos Jr. afirma que serão pagas só benfeitorias úteis (como silos e currais). Mansões e ``outros luxos" estão fora. Os fazendeiros querem fazer um acordo, mas com indenização ``justa". Segundo eles, aquela terra -que já foi a maior produtora de algodão e amendoim do Estado- está exaurida e os sem-terra vão ganhar área pouco produtiva. Segundo um fazendeiro, só há gado na área porque hoje é a única atividade rentável. Texto Anterior: Brasil é admitido em acordo sobre mísseis Próximo Texto: Gado morre na São Domingos Índice |
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