São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Valor atualizado de contrato é de R$ 120 mi

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O valor atualizado do contrato entre a Prefeitura de São Paulo e o consórcio CBPO-Constran para a construção de dois túneis sob o parque do Ibirapuera, assinado em 87, é de R$ 120 milhões.
No sábado passado, a prefeitura inaugurou apenas o primeiro dos túneis, e afirmou que a obra custou R$ 127 milhões.
Ainda segundo a prefeitura, se fossem somados os valores pagos desde o início da obra, em 87, o valor chega a R$ 179 milhões.
O preço atualizado dos dois túneis foi calculado a partir de cópia do contrato original, obtida pelo vereador Odilon Guedes (PT), membro da Comissão de Finanças da Câmara Municipal.
``O custo de um túnel já superou em muito o que havia sido estipulado em contrato para os dois", diz.
O contrato previa algumas diferenças em relação ao túnel Ayrton Senna. O túnel que faria a ligação centro-bairro deveria ter 3.180 metros. A obra inaugurada no sábado é bem menor, tem 1.669 metros.
Ontem, a assessoria de imprensa do secretário de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, responsável pelo túnel, disse que o Tribunal de Contas do Município analisou os valores pagos pela prefeitura ao consórcio e os considerou legais. O secretário está de folga nos Estados Unidos.

CPI
Há cinco meses, o vereador Guedes entrou com pedido de investigação do contrato no Tribunal de Contas do Município e não obteve resposta.
Ele também solicitou a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar os gastos, mas ela ainda não foi votada em plenário.
Ontem, Guedes decidiu entrar com representação no Ministério Público Estadual, solicitando abertura de um inquérito civil público para investigar um suposto superfaturamento na obra do túnel.
Segundo o vereador, desde o início da obra, a prefeitura já gastou R$ 503,7 milhões.
Ele baseia seus dados no SEO (Sistema de Execução Orçamentário), que é uma planilha computadorizada na qual a prefeitura registra todos os seus gastos. Os vereadores têm acesso ao sistema.
O secretário Barros disse, na semana passada, que o número de Guedes é ``delirante" e que ele está ``manipulando dados".
(LHA)

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