São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
CPI aponta corrupção de fiscal e camelô
CLAUDIO AUGUSTO
``É andar nas ruas e comprovar isso (o esquema de corrupção)", disse o vereador Cosme Lopes (PPB), autor do relatório aprovado ontem pelos membros da CPI. Segundo Lopes, os próprios ambulantes recolheriam o dinheiro entre seus colegas para entregar aos fiscais. Em troca, as mercadorias não seriam apreendidas. Apesar de estar convencido da existência de um esquema de corrupção, o vereador do PPB não incriminou em seu relatório nenhum envolvido nas irregularidades. ``Quem vai fazer as acusações não é a CPI, é o Ministério Público", afirmou Lopes. O presidente da comissão, José Eduardo Martins Cardozo (PT), apresentou um voto em separado. ``Aprovo o trabalho do relator, mas me preocupei em fixar responsabilidades." Cardozo quer que o Ministério Público solicite a quebra de sigilo bancário de Victor David. ``Todos que atuam no setor de fiscalização na Regional da Sé estão sob suspeita. Precisamos investigar se apresentam sinais de riqueza." Para o presidente, as investigações do Ministério Público determinarão se os ``ilícitos cometidos por Victor David" configuram corrupção ou prevaricação. O funcionário público pratica crime de corrupção quando recebe dinheiro para favorecer alguém. Na prevaricação, o funcionário público deixa de fazer algo, mas não obtém vantagem econômica. O esquema de corrupção da Regional da Sé, segundo Cardozo, é mais complexo do que o descrito pelo vereador Cosme Lopes. ``Algumas barracas só são fiscalizadas com ordem superior", afirmou. Texto Anterior: Prefeitura e Estado vão mudar convênio Próximo Texto: ``Problema é político" Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |