São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Presidente do Bird discute questão social

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente do Bird (Banco Mundial), James Wolfensohn, advertiu ontem os EUA para não negligenciarem sua responsabilidade para com ``os pobres do mundo".
Ele falava na abertura da 50ª reunião anual conjunta do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Washington.
Sua advertência referia-se ao corte de 50% da contribuição dos EUA a um órgão filiado ao banco, a International Development Association, decidido pelo Congresso dominado pela oposição.
``Para cada dólar cortado pelos EUA, outros cinco deixam de entrar na IDA porque outros países acompanham a tendência", disse Wolfensohn.
Wolfensohn, 61, assumiu a presidência do banco em junho e promete mudar seu caráter. Ele deu ênfase à questão social em seu discurso de ontem.
``Os países em desenvolvimento merecem nosso apoio por razões morais e sociais. Mas eles também precisam do nosso apoio por representarem progresso futuro para todos nós", argumentou.
O secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, respondeu que seu governo está fazendo ``os maiores esforços" para reverter a decisão do Congresso.
O diretor-gerente do FMI, Michel Camdessus, também falou ontem. Ele traçou panorama bastante positivo para a economia mundial: ``O crescimento econômico em 95 será pelo menos tão grande quanto o de 94, e 96 pode ser o melhor ano desde 88".
Camdessus, 62, disse que o fundo vai se esforçar para criar mecanismos capazes de impedir crises como a do México. Ele negou que o FMI tenha concedido ao México o maior empréstimo de sua história devido a pressões feitas pelos EUA nesse sentido.
``O fundo não agiu em resposta a nenhuma espécie de pressão, mas -como sempre faz- no interesse dos seus membros", disse.
O primeiro discurso do encontro foi feito pelo ministro da Economia de Benin, Paul Dossou, escolhido para presidir a reunião. Ele também falou sobre a pobreza.

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