São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Vôlei 'fecha a porta' para tietes durante treinamento

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

A comissão técnica da seleção brasileira masculina de vôlei vai dificultar o acesso das tietes aos treinos que a equipe realiza em Barueri (27 km a oeste de São Paulo).
Apesar de não haver nenhum esquema especial de segurança no centro de treinamento Sportville, onde está a seleção, o técnico José Roberto Guimarães prometeu ``dar uma segurada" no ingresso de fãs.
``Não existe nenhuma proibição e nem queremos ser antipáticos", disse ele. ``Mas, agora, o importante para nós é treinar com tranquilidade, poder falar durante o treino para se corrigir", afirmou.
Ontem, nas arquibancadas da quadra coberta do CT, cerca de dez adolescentes viam a movimentação dos atletas, assistência pelo menos seis vezes menor do que a que comparecia aos treinos lá no ano passado.
Até a última semana, a equipe nacional brasileira treinou no Rio de Janeiro. Os locais escolhidos foram a Escola Naval e a Escola de Educação Física do Exército, ambos de acesso difícil ao público.
Nem mesmo em amistosos o time de José Roberto se exibirá.
``Os amistosos são muito desgastantes. Temos de viajar, arrumar tudo, mudar de cidade. O que quero nesta fase é sincronizar os fundamentos", disse o técnico.
A seleção se prepara para a Copa do Mundo, torneio no qual estarão em disputa três vagas para os Jogos de Atlanta (EUA), em 96.
Mesmo defendendo o título olímpico, os brasileiros não têm lugar garantido na Olimpíada.
Na Copa do Mundo, que será jogada no Japão de 18 de novembro a 2 de dezembro, o Brasil enfrentará 11 adversários em 15 dias.
O campeonato é de pontos corridos: todos jogam contra todos e quem somar mais pontos é o campeão. Já estão asseguradas na disputa as equipes de Itália, Holanda, Japão, EUA, Coréia do Sul, China, Brasil e Argentina.
O treinador brasileiro já começou a analisar os rivais. ``Conheço a maioria dos nossos adversários. Além disso, temos informações sobre as últimas competições internacionais", contou.
José Roberto, contudo, disse que está mais preocupado em armar sua equipe do que em pensar nas demais.
``Precisamos de regularidade. O percentual de acertos tem de ser o quíntuplo do de erros", declarou.
Segundo ele, a Copa do Mundo, com tantos jogos em tão pouco tempo, é um torneio atípico. ``Vai contar a regularidade, especialmente na parte física", falou.
O técnico aponta a Itália, atual campeã mundial, além de Holanda, EUA e Brasil como favoritos ao título da competição japonesa.
Mas já tira de sua equipe o favoritismo na Olimpíada. ``A Itália é a favorita", afirmou.
O que José Roberto não quer é que sua seleção seja o alvo das demais. ``Todo time que se destaca começa a ser muito visado, torna-se um referencial para o mundo inteiro e passa a ter problemas", completou.

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