São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Procurador adia denúncia contra Arrieta

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A Procuradoria da República adiou para segunda-feira a denúncia do argentino Cesar Arrieta à Justiça sob a acusação de corrupção. Deverão ser denunciados também funcionários e ex-funcionários do governo federal.
Arrieta, 44, está preso no Rio acusado de chefiar um esquema responsável por fraudes contra a Previdência orçadas em R$ 3 bilhões pelo Ministério Público Federal.
Os documentos apreendidos nos imóveis vasculhados anteontem no Rio significam até agora ``provas circunstanciais", segundo o procurador da República Alex de Miranda.
Os disquetes de computador achados nos escritórios usados por Arrieta começaram ontem a ser examinados pelos procuradores e policiais federais de confiança do Ministério Público.
A Procuradoria da República suspeita que pessoas ligadas ao argentino Cesar Arrieta foram alertadas com antecedência sobre os mandados judiciais de prisão, busca e apreensão cumpridos anteontem pela PF (Polícia Federal).
Segundo o procurador Miranda, o estado do apartamento de Regina Maria de Souza Lopes, na praia de Icaraí (Niterói, cidade a 15 km do Rio), é o principal indício de que houve vazamento de informação.
O procurador Artur Gueiros e os policiais federais chegaram ao apartamento às 11h. A porta de entrada e dois cofres estavam abertos. Ela está desaparecida.
Regina seria a secretária de Arrieta. Contra ela há uma ordem de prisão expedida pela juíza Marilena Reis Franco, da 13ª Vara Federal do Rio.
Outro fugitivo é Marco Antônio de Mattos Gervazoni, suposto sócio de Arrieta. Gervazoni não estava em casa no Grajaú (zona norte do Rio) quando os policiais foram lá prendê-lo.
O delegado-chefe da Delegacia de Prevenção e Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal, Roberto D'Almeida Barbosa, disse que policiais federais não podem ser responsabilizados pelo suposto vazamento.
``Estamos empenhados em encontrar os desaparecidos. Nosso pessoal do setor de operações está nas ruas", disse o delegado.

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