São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Banco do Brasil é fraudado em R$ 155 mi

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um ex-gerente bancário e dois empresários foram presos ontem sob a acusação de montar um esquema que fraudou em R$ 155 milhões o Banco do Brasil. Um terceiro empresário está foragido.
As fraudes foram feitas em 499 empréstimos da agência do banco em Jundiaí (a 60 km de SP). As operações teriam sido feitas com 46 empresas e sem garantias.
``Iniciamos uma auditoria para reunir provas", disse Wolney Ferreira, 49, superintendente do banco em São Paulo. Segundo ele, nenhuma das normas bancárias para autorizar esse tipo de empréstimo havia sido cumprida.
Além do gerente, outros dez funcionários da agência de Jundiaí foram punidos administrativamente. O Banco do Brasil entregou anteontem a documentação da auditoria para a Justiça de São Paulo.
O juiz Francisco Galvão Bruno decretou a prisão temporária dos acusados da fraude sob a acusação de formação de quadrilha, crimes contra o sistema financeiro, falsificação e estelionato (golpe).
O empresário José Roberto Di Francisco foi preso no escritório de sua empresa, na avenida Washington Luis (zona sul).
Com ele foram apreendidos uma BMW e três pistolas. ``Não sei por que estou preso. Tudo o que disserem sobre mim não é verdade", disse Francisco.
O ex-gerente foi preso em Jundiaí. Seu advogado, Tarcísio Germano de Lemos, 65, disse que estava verificando a legalidade da prisão. ``Não posso falar nada por enquanto", disse.
O empresário Osvaldo Cavalcanti Maciel foi preso na sede de sua empresa na avenida Nossa Senhora do Sabará (zona sul). A Folha o procurou no Depatri (Departamento de Investigações de Crimes Contra o Patrimônio), mas ele não quis dar entrevista.
O último acusado é o empresário Domingos Rosólia Neto, que está em Miami (EUA).
Segundo o delegado Manoel Camassa, do Depatri, o ex-gerente teria construído um restaurante em Sorocaba (87 km a oeste de SP).
Parte do dinheiro dos empréstimos liberados foi aplicada pelo grupo na Bahia. O Banco do Brasil avisou a polícia baiana, que inventariou os bens que teriam sido comprados pelos acusados no Estado.
A Justiça deve quebrar o sigilo bancário dos envolvidos e decretar o sequestro de seus bens.

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