São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995 |
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Clima político marca abertura do evento
JOSÉ GERALDO COUTO
À tarde, especulava-se sobre a possibilidade (não confirmada) da aparição do britânico de origem indiana Salman Rushdie, condenado à morte pelos aiatolás do Irã. Outra condenada à morte pelo Islã, a escritora Taslima Nasrin, de Bangladesh, participará no sábado de uma mesa-redonda sobre a cultura islâmica. A própria ganhadora do Prêmio da Paz deste ano, a alemã Annemarie Schimmel, é uma especialista em islamismo. O prêmio, concedido anualmente na feira pela Associação dos Editores e Livreiros da Alemanha, não é nada desprezível: 25 mil marcos (cerca de US$ 17 mil). O escritor nigeriano Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura em 1986, participará no sábado de um debate sobre o conflito entre os interesses das companhias de petróleo e os direitos humanos na Nigéria. Do debate participarão um representante da Shell e Ken Saro-Wiwa Jr., filho do escritor nigeriano preso por combater a instalação de poços de petróleo em certas regiões do país. Longe das preocupações com Oriente ou África, a Áustria, país-tema deste ano, construiu um pavilhão circular no pátio da feira para celebrar a cultura austríaca e sua presença no mundo. Dentro do pavilhão, a exposição ``O Sexto Sentido" traz livros, manuscritos e objetos relativos aos autores austríacos mais importantes do século. Relíquias como a máquina de escrever de Hermann Broch, a máscara mortuária de Robert Musil e obras de arte da coleção particular de Sigmund Freud aparecem lado a lado com as primeiras edições ou os manuscritos de obras dos autores. Estão presentes também as obras de Wittgenstein, Peter Handke e outros nomes. Entre as raridades há, por exemplo, a primeira edição em alemão (1941) de ``Brasil, País do Futuro", de Stefan Zweig. Texto Anterior: Temporada de Milão aposta nos 60 Próximo Texto: Adultos assumem consumo infantil Índice |
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