São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Clima político marca abertura do evento

JOSÉ GERALDO COUTO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

A 47ª Feira do Livro de Frankfurt começou ontem sob um clima marcadamente político. Logo pela manhã, o presidente da Romênia, Ion Iliescu, lançou seu livro, ``A Caminho da Europa", e deu uma concorrida conferência sobre as mudanças ocorridas no país entre 1989 e 1994.
À tarde, especulava-se sobre a possibilidade (não confirmada) da aparição do britânico de origem indiana Salman Rushdie, condenado à morte pelos aiatolás do Irã. Outra condenada à morte pelo Islã, a escritora Taslima Nasrin, de Bangladesh, participará no sábado de uma mesa-redonda sobre a cultura islâmica.
A própria ganhadora do Prêmio da Paz deste ano, a alemã Annemarie Schimmel, é uma especialista em islamismo.
O prêmio, concedido anualmente na feira pela Associação dos Editores e Livreiros da Alemanha, não é nada desprezível: 25 mil marcos (cerca de US$ 17 mil).
O escritor nigeriano Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura em 1986, participará no sábado de um debate sobre o conflito entre os interesses das companhias de petróleo e os direitos humanos na Nigéria. Do debate participarão um representante da Shell e Ken Saro-Wiwa Jr., filho do escritor nigeriano preso por combater a instalação de poços de petróleo em certas regiões do país.
Longe das preocupações com Oriente ou África, a Áustria, país-tema deste ano, construiu um pavilhão circular no pátio da feira para celebrar a cultura austríaca e sua presença no mundo.
Dentro do pavilhão, a exposição ``O Sexto Sentido" traz livros, manuscritos e objetos relativos aos autores austríacos mais importantes do século.
Relíquias como a máquina de escrever de Hermann Broch, a máscara mortuária de Robert Musil e obras de arte da coleção particular de Sigmund Freud aparecem lado a lado com as primeiras edições ou os manuscritos de obras dos autores. Estão presentes também as obras de Wittgenstein, Peter Handke e outros nomes. Entre as raridades há, por exemplo, a primeira edição em alemão (1941) de ``Brasil, País do Futuro", de Stefan Zweig.

Texto Anterior: Temporada de Milão aposta nos 60
Próximo Texto: Adultos assumem consumo infantil
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.