São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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OLP amplia autoridade na Cisjordânia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Exército israelense deixou ontem a administração de mais três povoados palestinos na Cisjordânia, como parte do acordo assinado com a Organização para a Libertação da Palestina.
A administração das regiões passou para as mãos dos dirigentes da OLP, que assumiu anteontem a autoridade de Salfit.
Pelo acordo firmado em setembro com Israel, a OLP deve assumir o controle de mais 450 povoados, cidades e campos de refugiados palestinos.
Milhares de habitantes de Iatta, Qabatieh e Kharbatha festejaram o fim de 28 anos de ocupação israelense, cantando e dançando.
``Estamos felizes em vê-los (os soldados) sair. Espero que seja o começo de uma vida melhor em Iatta", disse Ali Abu Qbaita.
Em Qabatieh, moradores comemoram dando tiros para o alto. ``Sempre quis ver a nossa a bandeira no alto", disse um morador.
Ainda como parte do acordo com a OLP, Israel disse ter libertado 882 palestinos anteontem. Outros 84 devem ser soltos até o final da semana.
Mas os números divergem. Alguns palestinos se recusam a deixar a prisão até que todos os 5.000 presos sejam soltos.
Eric Bar-Chen, porta-voz da polícia israelense, disse que apenas três palestinos não quiseram sair.
Israel permitiu também a entrada na Cisjordânia de três líderes palestinos acusados de organizar ataques contra alvos israelenses. Eles estavam na Jordânia.
Segundo a rádio Voz de Israel, os três irão assumir o comando de cidades na Cisjordânia.
A volta desses palestinos deixou políticos israelenses indignados. Eles afirmam que o governo de Israel está ofendendo as famílias das vítimas dos atentados planejados pelos três.
Membros do Hamas (Movimento de Resistência Islâmico, contrário aos acordos de paz com Israel) anunciaram ontem que vão tentar um acordo de unidade nacional com a OLP.
Os terroristas islâmicos buscam há meses conversar com a OLP, sem obter sucesso.

McDonald's casher
Em Jerusalém, foi inaugurado ontem num shopping de Mevaseret Tsion o primeiro McDonald's casher do mundo.
Um dos primeiros clientes a ser atendido foi o menino Ialel Hagage. ``Nossas mães não nos deixam comer carne misturada com derivados de leite. Agora, posso comer Big Macs sem o queijo", disse Hagage.
O McDonald's de Mevaseret Tsion é o primeiro a atender os cerca de 30% habitantes de Israel (5,4 milhões) que só aceita comida que segue preceitos religiosos.
A comida casher segue os ensinamentos religiosos da culinária judaica, que, entre outras coisas, proíbe carne de porco, peixe com escamas e mistura de carne com derivados de leite. A rede norte-americana McDonald's tem filiais em Israel há 18 anos.

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