São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995 |
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Ecoturismo cresce 20% ao ano no Brasil
ISABELLE SOMMA
Mas os números enganam. Apesar de possuir 22% da flora, 17% das aves e 10% dos anfíbios e mamíferos do planeta, o Brasil engatinha nesse filão, que ainda não possui regras para a exploração e preservação dos recursos naturais. ``Zoneamento é o primeiro passo para conciliar turismo com preservação", afirma o coordenador de pesquisa do Núcleo de Monitoramento Ambiental da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Evaristo Miranda. A lei de zoneamento delimita, com bases científicas, as áreas que devem ser protegidas (onde é proibido o turismo), preservadas (permitida a visitação) e de uso (onde podem ser feitas construções). Miranda, que também é professor doutor em ecologia da USP, foi um dos responsáveis pela criação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (leia texto nesta página). ``Existem bases teóricas na Constituição de 88 para a conservação ambiental. Faltam recursos e leis ordinárias que sejam levadas a efeito", diz o professor de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Sérgio Rodrigues, 58. Rodrigues destaca que alguns países africanos vêm unindo, com sucesso, preservação com desenvolvimento econômico. Dados da Organização Mundial de Turismo demonstram que Ruanda faturou, antes da guerra civil que assolou o país, US$ 1 milhão em ingressos do Parque Nacional dos Volcans, uma reserva de gorilas. A OMT avalia que 10% do número de viajantes no mundo procure destinos que privilegiem o segmento ecológico. Segundo a coordenadora de Ecoturismo da Embratur, Denise Rohnelt, 28, o primeiro passo já foi dado. Este ano foram realizadas sete oficinas de capacitação em ecoturismo, com palestras sobre promoção e marketing no setor. Texto Anterior: Alto Paraíso é um `templo esotérico' Próximo Texto: Arquipélago sofre degradação Índice |
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