São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995
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Três famílias recebem subsídio para desinternar filhos da Febem

DA REPORTAGEM LOCAL

Três famílias receberam ontem os primeiros cheques como subsídio para retirar seus filhos de unidades da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).
Cada uma das 12 primeiras crianças beneficiadas recebeu R$ 50,00 da Fundação Chitãozinho e Xororó. A partir de agora, o subsídio será mensal, pelo menos por um ano.
Outras 44 crianças receberão o mesmo valor terça-feira. No evento, a Fundação Chitãozinho e Xororó se comprometeu a subsidiar mais 400 crianças como parte do projeto ``Direito à Convivência Familiar".
Parte da renda dos shows de Chitãozinho e Xororó será destinada à Secretaria Estadual da Criança, Família e Bem-Estar Social.
``O Estado vai economizar com isso, mas o mais importante é devolver a criança à mãe", disse o governador Mario Covas.
A dona-de-casa Marizete Barbosa, 31, recebeu ontem subsídio para seis de seus oito filhos.
Eles foram levados para a Febem depois que um vizinho denunciou à polícia que o barraco onde a família vivia corria o risco de desabar e não tinha água.
Marizete e o marido Claudio Ferreira dos Santos, 30, desempregado há um mês e meio, levaram seis meses para ``colocar o barraco em ordem" e ter o direito de retirar os filhos.
``Ganhamos cesta básica, vou usar esse dinheiro para comprar beliche para as crianças", disse Marizete.
Eliana de Souza, 32, grávida de oito meses, também vai desinternar quatro crianças entre 1 e 5 anos.
Elas foram parar na Febem após o nascimento de Amanda, 1. Eliana teve depressão pós-parto e ficou 15 dias internadas em um hospital ``quase sem memória".
O marido João Célio de Campos, 37, não aguentou cuidar das crianças e trabalhar. Uma vizinha chamou a assistente social e as crianças foram levadas ``temporariamente" para a Febem. Ficaram na casa por oito meses.
Maria Alves da Silva, 24, também grávida de quatro meses, terá subsídio para dois filhos.
Quando ficou grávida de Ingrisson, 1, ela ``enjoou" do marido. Pegou os filhos e foi para uma praça. As crianças acabaram recolhidas pelo SOS Criança e estão há sete meses na Febem.

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