São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995
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Brasil lidera venda de títulos no exterior

GILBERTO DIMENSTEIN
DE NOVA YORK

Calculado em no mínimo US$ 30 bilhões e no máximo US$ 80 bilhões, o dinheiro clandestino de brasileiros no exterior está voltando ao Brasil, atraído pela confiança no país e, principalmente, pelos os juros altos.
As empresas e o governo brasileiros são hoje os maiores vendedores de títulos da dívida entre os chamados mercados emergentes.
Os banqueiros internacionais revelam em conversas reservadas que boa parte desse dinheiro é de brasileiros.
Um dos indícios, segundo eles, é o fato de bancos pequenos, sem credibilidade no exterior, levantarem facilmente recursos.
A imensa maioria dos altos funcionários de bancos prefere, por motivos óbvios, manter o anonimato. Até porque tem brasileiros entre seus clientes.
``O dinheiro brasileiro é um dos ingredientes na recuperação das reservas", afirma Carlos Geraldo Langoni, associado da NM Rothschild and Sons.
Um dos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos, o Salomon Brothers, concluiu nesta semana relatório sobre as vendas de títulos de dívida.

Parte brasileira
Ao todo, a América Latina é responsável por 67% das emissões de títulos da dívida.

Crítica comum
Os principais bancos de investimento dos Estados Unidos são críticos em relação ao andamento das reformas constitucionais e da privatização, temem os efeitos das eleições no próximo ano e as pressões contra o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Mas estimam mais entradas de recursos, não apenas na Bolsa, mas em investimentos produtivos. Essa é a visão exposta em documentos do Salomon Brothers, Morgan Stanley e Soros, apostando no crescimento econômico com inflação baixa.
``O Brasil está atraindo cada vez mais a atenção dos investidores", afirma Robert Pelosky, estrategista do Morgan Stanley para a América Latina.
Ele determinou ao Morgan maiores recursos para as Bolsas brasileiras, prevendo a queda de juros. Pelosky chefiou uma equipe que visitou cidades da Europa, enfatizando a prioridade no Brasil, que, segundo o Morgan, crescerá neste ano 4% e, no próximo, 5%.

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sobre títulos brasileiros na pág. 3

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