São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Exportação industrial terá incentivo
LILIANA LAVORATTI
Dorothea Werneck deverá anunciar mudanças no programa de financiamento do comércio exterior O governo vai anunciar na próxima semana medidas de estímulo às exportações, para melhorar o desempenho da balança comercial a partir de janeiro. Serão ampliados os recursos para financiar vendas de produtos industrializados. O fortalecimento das exportações de bens industrializados -automóveis, eletrodomésticos, papel- visa absorver o impacto negativo decorrente da queda dos preços de importantes produtos agrícolas no mercado mundial. Previsões de organismos internacionais apontam para recuo nesses preços em 1996. O governo quer evitar que isso prejudique a meta de impedir que no próximo ano se repita o saldo negativo (déficit) da balança comercial de 1995, estimado em torno de US$ 2,5 bilhões. As mudanças no Proex (Programa de Financiamento das Exportações) deverão ser anunciadas pela ministra Dorothea Werneck (Indústria, Comércio e Turismo) junto com o superávit de US$ 500 milhões em setembro. Hoje, o programa destina a maior parte dos recursos às exportações de equipamentos industriais. Recentemente, o governo decidiu abrir o Proex ao setor de bens industrializados, principalmente bens de consumo duráveis. O governo também anunciará facilidades para a importação de bens de capital, visando aperfeiçoar o parque industrial. As condições de financiamento das exportações também serão alteradas. Elas ficarão mais atraentes para o importador dos produtos brasileiros. Os prazos de carência e de pagamento dos financiamentos contratados serão flexibilizados para ficarem compatíveis com os praticados no mercado internacional. A maior parte dos recursos do Proex se destina à equalização dos juros, uma forma de compensar para o importador dos produtos brasileiros a diferença entre as taxas do financiamento interno e as praticadas no mercado mundial. O governo também vai adotar medidas para estimular os bancos privados a operar com financiamentos às exportações. Pela falta de atrativos para instituições financeiras que operam com o Proex, sobram recursos do programa. Potencial do setor Na avaliação do MICT, é possível basear cada vez mais as exportações nos bens industrializados. Esses produtos responderam por 73% dos US$ 30 bilhões exportados entre janeiro e julho deste ano. Enquanto isso, as vendas de produtos agrícolas no primeiro semestre somaram US$ 7,3 bilhões. Texto Anterior: Ford reexportará 11 mil carros Próximo Texto: Brasil lidera venda de títulos no exterior Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |