São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995
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Arafat acusa Rabin de não cumprir acordo de paz

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder da Organização para a Libertação da Palestina, Iasser Arafat, escreveu uma carta ao primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, acusando o país de não estar seguindo o acordo de paz.
Arafat, que visita o Brasil na próxima semana, protestou junto a Rabin contra a recusa de Israel em libertar cinco prisioneiras palestinas detidas na Cisjordânia, entre as quais está a brasileira Lamia Maruf Hassan.
Lamia, 28, foi condenada à prisão perpétua por matar um soldado israelense em 1984. No total, havia 28 prisioneiras palestinas presas, das quais 12 foram libertadas na semana passada.
O presidente de Israel, Ezer Weizman, negou anistia às cinco prisioneiras, dizendo que não colocaria em liberdade mulheres com ``sangue judeu nas mãos".
Segundo acordo assinado em Washington no dia 28 de setembro, Israel deveria libertar todas as palestinas prisioneiras e começar a retirar os soldados da Cisjordânia a partir de 8 de outubro.
A Cisjordânia, região de maioria palestina, foi ocupada por Israel em 1967. A OLP acusa Israel de apenas transferir o controle de pequenas aldeias e de adiar a saída das cidades. Israel já se retirou de quatro aldeias.
Os palestinos querem que a cidade sagrada de Belém seja transferida a eles antes do Natal.
Israel insiste em só se retirar das localidades com colonos judeus depois de construir estradas para que eles possam sair.
Arafat marcou para domingo encontro com o chanceler israelense, Shimon Peres, para discutir a implementação do acordo.
A OLP ameaçou não participar de um encontro sobre a economia do Oriente Médio que acontecerá no final do mês na Jordânia. O encontro tentaria melhorar as relações entre Israel e seus vizinhos árabes.
Arafat disse ontem que o grupo terrorista Hamas (Movimento de Resistência Islâmico), contrário aos acordos de paz entre Israel e a OLP, concordou em participar das eleições para o Conselho de Autonomia da Cisjordânia e da faixa de Gaza. A eleição deve ocorrer no primeiro semestre de 1996.
O Hamas negou que tivesse decidido participar das eleições. Líderes do Hamas em Gaza se disseram favoráveis à participação, mas seus representantes no Sudão, na Jordânia e na Síria se opuseram.
Arafat elogiou a possível participação do grupo nas eleições.
As relações entre a OLP e o Hamas melhoraram depois que a Autoridade Palestina libertou o líder Mahmoud Al Zahhar e permitiu que o grupo reeditasse seu jornal.
No sul do Líbano, seis soldados israelenses ficaram feridos com a explosão de uma bomba próximo à patrulha em que estavam.
O grupo fundamentalista islâmico Hizbollah (Partido de Deus) reivindicou o atentado.

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