São Paulo, sábado, 14 de outubro de 1995
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Informática auxilia prática jornalística

DE NOVA YORK

Erramos: 26/10/95
Em 1989, o jornalista norte-americano Bill Dedman, 34, ganhou o prêmio Pullitzer de Jornalismo Investigativo graças à sua habilidade em obter informações usando computador.
``Estava investigando a discriminação feita contra os negros na hora de conseguir empréstimos bancários. Sem a ajuda do computador, jamais teria conseguido provar minha teoria", afirmou o jornalista em entrevista à Folha.
Dedman, que é diretor de Reportagem Assistida por Computador da agência de notícias Associated Press, estará em São Paulo no dia 18 para participar do 2º Fórum Folha de Jornalismo e Mídia.
Leia a seguir os principais trechos de sua entrevista:

Folha - O sr. foi contratado pela AP no ano passado para promover uma revolução nas técnicas de reportagem. Houve resistência?
Bill Dedman - Menos do que eu esperava. A resistência foi quebrada quando os repórteres perceberam que ninguém precisava virar perito em computação para conseguir acessar as informações disponíveis. Hoje, quase todos usam o computador diariamente na AP.
Folha - Qual é o tipo de consulta mais frequente?
Dedman - Preparamos um CD-ROM que tem arquivos dos principais jornais do país e um sistema supermoderno de listagem telefônica que permite localizar endereços e telefones em qualquer lugar dos EUA. Essas consultas são as mais comuns, seguidas pela Internet.
Folha - O uso de computadores afasta o repórter da apuração in loco?
Dedman - De maneira alguma. Há duas semanas, um avião com 11 pára-quedistas caiu em duas casas numa cidadezinha da Virgínia. Mandamos repórter e fotógrafo, mas eles só chegariam lá em 90 minutos. Enquanto isso, os editores localizaram pelo computador o telefone de todos os vizinhos para saber como foi o acidente. O computador auxilia, mas não substitui o trabalho de campo.
Folha - Como os jornais com menos recursos terão acesso a essas mudanças?
Dedman - A informatização não é cara. Na AP, gastamos mais com táxi do que com treinamento e ampliação dos recursos tecnológicos.

Os convidados internacionais do 2º Fórum Folha viajam por cortesia da Vasp

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