São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Desafio agora é criar emprego, diz FHC

SÔNIA MOSSRI
ENVIADA ESPECIAL A BARILOCHE

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a criação de novos empregos é um dos principais desafios da América Latina.
O desemprego foi a preocupação dos 19 chefes de Estado que participam da 5ª Conferência de Cúpula Ibero-Americana, em Bariloche (Argentina).
"Acredito que haja outro desafio também relacionado à questão da educação e informação, que é a oferta de emprego. Esses são os dois grandes desafios que teremos", afirmou FHC em discurso de abertura da conferência, no final da manhã de ontem.
Os índices de desemprego aumentam em praticamente toda a América Latina, quase sempre após a adoção de programas de estabilização econômica, como no caso do México e Argentina.
A Argentina já convive com uma estimativa do Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censo), vinculado ao Ministério da Economia, para dezembro de mais de 20%, o que representa quase 4 milhões de desempregados e subocupados.
FHC afirmou que a taxa de desemprego brasileira, de 4,5% a 5%, ``em termos comparativos, é quase pleno emprego" -basicamente quando a população economicamente ativa está absorvida pelo mercado de trabalho.
FHC reuniu-se durante meia hora com os presidentes dos demais países que integram o Mercosul - Carlos Menem, da Argentina, Julio Maria Sanguinetti, do Uruguai, e Juan Carlos Wasmosy, do Paraguai- para discutir o acordo com a União Européia.
O presidente de Portugal, Mário Soares, e primeiro-ministro espanhol, Felipe Gonzalez, participaram do encontro.
Na primeira quinzena de dezembro, em Madri (Espanha), em data ainda a ser definida, será assinado o acordo entre Mercosul e União Européia.

Fidel Castro
FHC e o presidente cubano, Fidel Castro, foram as estrelas da cúpula. Os dois foram os chefes de Estado mais disputados pelos demais presidentes e pela imprensa.
O presidente Carlos Menem não gostou muito da presença marcante dos colegas do Brasil e de Cuba.
Os diplomatas argentinos e brasileiros comentavam entre si que, mais uma vez, Menem estava como ciúmes de FHC.
Para ganhar as páginas dos jornais e garantir espaço nas imagens de televisão, Menem esforçou-se para sentar ou se colocar sempre ao lado de Fidel Castro durante solenidades, como no concerto de música clássica, na noite de domingo.

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sobre à cúpula à pág. 2-10

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