São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Político no samba

Em 85, o PMDB lançou Fernando Henrique Cardoso candidato a prefeito paulistano.
O dublê de sociólogo e senador aceitou a missão do partido um tanto contrariado. Habituado a temas nacionais e internacionais, tinha dificuldades de abordar problemas como buraco de rua.
Num esforço de campanha, FHC ia à periferia, favelas e festas populares. Nesse espírito, acabou indo parar, numa noite já próxima à data da eleição, em um ensaio na quadra da escola de samba Camisa Verde.
O candidato olhava com interesse sociológico as evoluções. À distância, tudo ia bem. Até que uma passista tirou-o para dançar.
Já nos primeiros requebros de FHC, os assessores taparam os olhos com as mãos para não ver a exibição. Perto dele, o príncipe Charles -que anos antes fora flagrado sambando no Carnaval carioca- parecia um mestre-sala.
A quadra parou para ver o show. Diretor da escola, Tobias pediu a um assessor que fizesse o senador parar. Ele assentiu. Para alívio geral dos sambistas.

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