São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Detentos destroem cadeia em Piracicaba

DA FOLHA SUDESTE

A Cadeia 9 de Piracicaba (170 km a noroeste de SP), inaugurada dia 25 de agosto deste ano, será interditada nesta semana, depois de ter sidor totalmente destruída pelos detentos.
A destruição completa do prédio aconteceu durante uma rebelião que começou na tarde do último domingo.
Não existe previsão de data para que a cadeia volte a funcionar.
Todos os presos serão transferidos para suas cidades de origem.
A cadeia estava com a população carcerária abaixo de sua capacidade (leia texto ao lado).
Segundo os detentos, o descontentamento com a nova cadeia foi causado pela falta de visitas, falta de pátio para o banho de sol e má alimentação.
``Eles não estão satisfeitos e não vão parar de quebrar tudo enquanto não forem transferidos", disse o preso Luiz Campos.
Ele se transformou, durante a rebelião, numa espécie de porta-voz dos detentos.
Cerca de 60 homens das polícias Civil e Militar e da Guarda Municipal cercaram anteontem à noite o presídio e impediram uma fuga em massa dos presos.
O diretor da cadeia, Virgílio Caramanti, disse que ainda é impossível contabilizar os estragos.
``Nós ainda não entramos no pavilhão das celas para ver o que se estragou, mas já sabemos que seis câmaras de vídeo do circuito interno foram quebradas", disse.
Segundo ele, o telhado foi completamente destruído. ``Parece que passou um furacão por aqui."
``Além disso, os computadores que estavam no pavilhão viraram sucata", disse.
Ontem, a direção da cadeia começou a transferência de 207 detentos. Segundo Caramanti, restaram no local apenas 147 presos.
O diretor disse que até o final da tarde de hoje todos deverão ser transferidos, já que o prédio só vai ter condições de ser usado novamente depois de passar por uma reforma completa.
Ele informou que o maior problema está na transferência dos presos de Limeira (156 km a noroeste de SP), que não têm para onde ir. Os 140 detentos da cadeia pública da cidade quebraram o prédio durante uma rebelião no mês passado.
Segundo o diretor, a solução encontrada foi enviar os presos de Limeira para outras cidades da região até que a cadeia esteja pronta.

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