São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995 |
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Títulos da dívida batem recorde histórico
RODNEY VERGILI
Os papéis de juros vencidos e não-pagos atingiram a cotação de 86,19 centavos de dólar. Ou seja, um título da dívida de US$ 100 foi cotado ontem em Nova York a US$ 86,19. O recorde anterior ocorreu em 16 de dezembro de 1994 (US$ 85,97). O governo brasileiro pagou ontem US$ 1,334 bilhão de juros aos bancos credores privados, como parte dos pagamentos semestrais previstos no acordo da dívida externa que vigorará até 2024. Desde ontem, o governo brasileiro voltou ao mercado internacional para comprar os títulos da dívida externa. A maior procura pelos papéis brasileiros é resultado, também, da queda nas taxas de juros dos títulos de 30 anos do governo dos Estados Unidos. A taxa de juros foi ontem de 6,304% ao ano -a menor dos últimos vinte meses. No Brasil, os juros ficaram estáveis. A queda da taxa de juros nos EUA é resultado da divulgação da inflação anual para os primeiros nove meses do ano, que foi de 2,8%, mesmo patamar de igual período do ano passado. A inflação norte-americana está controlada e há expectativa de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) corte os juros entre 0,25% e 0,50% em sua reunião do próximo dia 15. No mercado acionário ontem as ações do setor elétrico foram as que registraram as maiores altas, por causa da expectativa de reajuste nas tarifas. As ações da Eletrobrás PNB subiram 4,1% e as da Eletrobrás ON, 3,7%. Ontem, a Bovespa (Bolsa paulista) movimentou R$ 1,256 bilhão no vencimento do mercado de opções. No vencimento anterior (21 de agosto), a Bovespa havia girado R$ 1,808 bilhão. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,066%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,33% para dias úteis, significando rendimento de 3,08% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,27% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,04% no mês. As cadernetas que vencem hoje rendem 2,2268%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 24% e 41,5% ao ano. CDBs pós-fixados para 123 dias: entre 17% e 17,5% ao ano, mais TR. Empréstimos Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,66% ao mês, projetando custo de 4,01%. Para 31 dias (capital de giro): entre 44% e 96% ao ano. No exterior Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,75% ao ano. AÇÕES Bolsas São Paulo: alta de 0,79%, fechando com 45.496 pontos e volume financeiro de R$ 1,256 bilhão. Rio: valorização de 0,5%, encerrando a 20.241 pontos e movimentando R$ 183,17 milhões. Bolsas no exterior Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.784,38 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.614,40 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 18.016,44 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,958 (compra) e R$ 0,9581 (venda). Segundo o Banco Central, na sexta-feira o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,9575 (compra) e por R$ 0,9585 (venda). ``Black": R$ 0,949 (compra) e R$ 0,954 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,953 (compra) e R$ 0,956 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,963 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 0,17%, fechando a R$ 11,75 o grama na BM&F. Câmbio contratado O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 13 foi positivo em US$ 812,83 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 489,94 milhões. O saldo total está positivo em US$ 1,302 bilhão. No exterior Segundo a UPI, ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5760 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4203 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,54 ienes. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro fechou a 3,05% ao mês; para novembro, a 2,91% ao mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 45.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para outubro fechou a R$ 0,963 e a R$ 0,971 para novembro. Texto Anterior: Governo prevê inflação de até 2% em outubro Próximo Texto: Calotes continuam em queda no comércio Índice |
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