São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Espetáculo aborda questões filosóficas e científicas

ANA FRANCISCA PONZIO

Especial para Folha
William Forsythe tem grande admiração pela dança de Trisha Brown. Ele chega a viajar para Nova York apenas para assistir aos espetáculos da coreógrafa que, nos anos 60, participou do movimento que lançou o pós-modernismo.
Forsythe estuda as teorias do movimento de Rudolf von Laban, que define o espaço a partir de eixos geométricos estendidos ao corpo, dividido em planos e direções.
Em "Eidos: Telos", o coreógrafo se serve de inúmeras fontes para criar um senso de ordem e, em seguida, dissolvê-lo.
Dividido em três partes e com duas horas e vinte minutos de duração, "Eidos: Telos" encerra, no nome de origem grega, as questões filosóficas, artísticas, científicas e humanas do coreógrafo.
"Eidos" significa aparição, representação, forma, idéia, essência. "Telos" quer dizer meta, fim, realização, conclusão.
A luz que envolve o espetáculo, em tons que vão do cinza ao prateado, remete a um mundo informatizado, cortado por vibrações elétricas e sonoras. A música de Thom Willems se integra à coreografia, com um violinista e três trombonistas na ação cênica.
Na coreografia, Forsythe associa o mito grego Koré (ou Perséfone), rainha dos infernos, a um sistema matemático de algoritmos, que lhe permite ampliar as possibilidades de movimento no espaço.
Com final apoteótico, "Eidos: Telos" é um espetáculo poderoso, que não tem vias fáceis de acesso. No entanto, em vez de se fechar em hermetismos, estimula novos canais de percepção.
(AFP)

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