São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Otan já escolhe substituto para Willy Claes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA) começou a buscar um substituto para seu atual secretário-geral, o belga Willy Claes.
O ex-chanceler dinamarquês Uffe Ellemann-Jensen, líder do Partido Liberal (oposição) de seu país, é o favorito ao cargo. Claes, envolvido em denúncias de corrupção na Bélgica, do tempo em que era ministro da Economia, deve renunciar até o final da semana.
O principal fator que faz de Ellemann-Jensen o candidato é sua nacionalidade: a Dinamarca nunca comandou a mais poderosa organização militar do mundo, que reúne quase todos os países da Europa ocidental e meridional, Estados Unidos e Canadá.
Claes deve depor nesta semana ao Parlamento belga sobre a suposta ligação financeira com a empresa italiana Augusta, em 1988. Após isso, deve renunciar, segundo já foi anunciado.
Os EUA devem apoiar Ellemann-Jensen, porque ele é "uma atlanticista pró-americano", segundo um diplomata do país ouvido pelo jornal "Berlingske Tidende", de Copenhague.
A atuação dos soldados dinamarqueses na Bósnia também deve pesar a favor do ex-chanceler. As missões da Otan na ex-Iugoslávia são no momento a mais importante ação da entidade.
Sob o comando do futuro secretário-geral, a Otan deve fazer a substituição das forças de paz da ONU na Bósnia.
A crise na Bósnia é justamente o que pode derrubar outro candidato, o comissário da UE para Assuntos Externos (espécie de "chanceler europeu"), Ditchman Hans van den Broek.
Apesar de ser um especialista na política da região dos Bálcãs (onde fica a Bósnia), ele sofre oposição da França e do Reino Unido.
Formalmente, todos os países ainda apóiam Claes. Mas os EUA já deram a entender que esse apoio dura apenas até a renúncia.

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