São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995 |
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Loyola confunde intervenção com liquidação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, se atrapalhou duas vezes ontem no Congresso ao explicar os problemas de caixa do Banco Econômico: trocou a palavra intervenção, regime aplicado ao banco baiano, por liquidação.Coincidência ou não, a liquidação -fechar de vez o banco, vender seu patrimônio e pagar os credores- é o desfecho mais provável do caso Econômico, segundo a área técnica do BC. O banco está sob intervenção desde agosto. "O que houve foi uma tentativa de não se chegar a liquidação, desculpa, a intervenção, disse Loyola", ao expor o problema na Comissão Especial do Sistema Financeiro da Câmara, presidida pelo baiano Benito Gama (PFL), um dos principais defensores do Econômico no Congresso. A substituição de uma palavra por outra provocou risos entre os deputados. Antes, Loyola já havia dito, sem se dar conta do erro, que a demora para fazer a "liquidação" foi consequência do temor de causar traumas aos clientes e ao sistema financeiro. O BC, segundo ele, sabia dos problemas do Econômico desde dezembro, oito meses antes da intervenção, no dia 11 de agosto. O Econômico tem um rombo de R$ 3,5 bilhões junto ao BC. Às vésperas da intervenção, a área técnica do BC recomendou a liquidação como medida mais adequada. Diante das pressões políticas do PFL baiano, optou-se pela intervenção -regime que mantém a possibilidade de venda do banco. Loyola afirmou que a reabertura do Econômico não depende apenas do BC. "Depende da iniciativa privada. É preciso alguém interessado em comprar", afirmou. Anteontem, o interventor no Econômico, Francisco Flávio Barbosa, disse haver oito interessados, mas a área técnica do BC não compartilha de tal otimismo. Texto Anterior: Loyola defende conta para controlar evasão ilegal Próximo Texto: FHC diz que os juros vão cair e haverá mais crédito em 1996 Índice |
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