São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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'Crumb' sobrevive na loucura

ZECA CAMARGO
DA REDAÇÃO

Robert Crumb não aquele tipo de cara esquisito que você está acostumado. Ele é um pouco mais estranho. E o melhor é que ele é o membro mais normal da sua família apresentada neste documentário ("Crumb") sobre sua vida.
Cartunista com um traço facilmente reconhecível -ele fez a capa do álbum "Cheap Thrills", de Janis Joplin, para citar apenas seu trabalho mais famoso-, Crumb poderia ser um personagem chato num documentário tipicamente daqueles sem orçamento.
As particularidade de Crumb, no entanto, superam as limitações da produção. É fascinante ver, por exemplo, sua coleção de fotos de esquinas urbanas -algo que ele acha tão feio que ele não consegue criar na sua imaginação; só copiando.
Filmado às vésperas de Crumb mudar para a França, o documentário conta outra história, além da biografia proposta: a de uma família americana completamente enlouquecida, triste, perdida, procurando soluções para a vida na TV, nos remédios ou no esoterismo. Nesse contexto, bem fez Robert que pôs sua insanidade no papel.
Mas seja pelo lado documental ou pelo da observação sociológica, "Crumb" é atração obrigatória desta Mostra.

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