São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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'Balão Branco' celebra criança

DA REDAÇÃO

Realismo fantástico infantil? Um filme de fantasia para crianças? De novo um filme iraniano sobre crianças? Tudo isso e mais alguma coisa. "O Balão Branco", prêmio Camera d'Or de melhor diretor estreante no último Festival de Cannes, tem um sutil toque de gênio com a assinatura do mestre (ou "o magnífico" como foi chamado na capa de julho/agosto últimos pelos "Cahiers du Cinéma") Abbas Kiarostami.
Kiarostami não é o diretor de "O Balão Branco" (Badkonake Sefid), mas é como se fosse. Neste caso destaca-se apenas como um artista generoso com um de seus pupilos - Jafar Panahi, o assistente de direção em "Através das Oliveiras". Kiarostami retribui a colaboração do assistente escrevendo e lhe dando de presente um roteiro magnífico.
A simplicidade do filme é comovente. A dos personagens, instigante. A chave de "O Balão Branco" (e de outros clássicos do cinema iraniano) está na busca incessante do elo perdido entre os universos infantil e adulto.
É apaixonante acompanhar as aventuras da pequena personagem Razieh, de 7 anos, desafiando as convenções do estranho mundo exterior, para poder comprar o seu peixinho dourado e comemorar uma inocente tradição milenar no Irã no dia do ano novo.
A simbologia que remete à infância no cinema iraniano está presente na 19ª Mostra em mais os seguintes clássicos imperdíveis: "Lição de Casa", de Abbas Kiarostami; "A Chave", de Ebrahim Forouzesh, e "A Bota", de Mohammad Ali Traleb.

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