São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Campos do Jordão decreta emergência

CLÁUDIO LEYRIA
DA FOLHA VALE

O prefeito de Campos do Jordão (175 km de São Paulo), João Paulo Ismael (PMDB), decreta hoje estado de emergência no município devido aos estragos causados pela chuva nos últimos seis dias.
Segundo o presidente da Defesa Civil de Campos, Elias Vidal de Souza França, 160 pessoas foram retiradas de suas casas.
A Defesa Civil registrou até ontem deslizamentos de terra sobre 55 casas localizadas em áreas de risco da cidade.
Nove casas foram totalmente destruídas e 22 tiveram desabamento parcial. A Defesa Civil registrou também destelhamento de três casas e queda de barreiras sobre dois carros.
O Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) informou que choveu 42 mm em Campos ontem. Uma chuva de 30 mm já é considerada intensa.
O presidente da Defesa Civil disse que há quatro equipes atendendo ocorrências.
Os bairros mais atingidos são Vila Santo Antônio, Vila Albertina, Brancas Nuvens, Vila Britânia e Vila Paulista. Os bairros são de classe média baixa.
Na Vila Santo Antônio vivem cerca de 7.000 habitantes, segundo França. Muitos moradores se recusam a abandonar o local por não terem outro lugar para morar.
A decretação de emergência significa que o município recebe ajuda do Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil), que fornece cobertores, cestas básicas e colchonetes e encaminha pedidos de verbas emergenciais para reparar danos e reconstruir casas.
O prefeito estava analisando ontem os danos. Para a Defesa Civil, para pedir o estado de emergência, bastam 17 casos de deslizamento considerados graves.
João Paulo Ismael disse que vai assinar o decreto porque a previsão é de que as chuvas continuem.
O técnico da Defesa Civil Richard Nogueira Santos disse que, caso seja necessário, os desabrigados serão alojados no Ginásio Municipal de Esportes.
As chuvas de fevereiro e março deste ano causaram 13 deslizamentos e 57 famílias ficaram desabrigadas. No ano passado, 70 famílias foram prejudicadas.
Em 93, o número de famílias desabrigadas foi 170. Parte das pessoas ficaram no ginásio e em 54 barracas cedidas pelo Exército.
As áreas de risco de Campos do Jordão não afetam o turismo da cidade. As áreas ficam em bairros de periferia de difícil acesso, distantes do centro da cidade.

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