São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Desemprego afeta jovem no mundo, diz socióloga

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU (MG)

A primeira-dama Ruth Cardoso não pôde estar ontem na abertura da 19ª reunião anual da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), no Hotel Glória, em Caxambu, sul de Minas Gerais. Entre as convidadas, está uma pesquisadora da mesma área de pesquisa de Ruth: os jovens.
A britânica Claire Wallace, da Universidade de Derby (Reino Unido) e do Instituto de Estudos Avançados de Viena (Áustria), estuda os jovens e seu relacionamento com família, educação e trabalho -no momento, principalmente a falta desse último. O desemprego é, na opinião dela, um dos principais problemas dos adolescentes e jovens adultos em boa parte do mundo.
A situação do jovem brasileiro ela conhece em parte através dos estudos disponíveis em inglês da antropóloga Ruth Cardoso. "Muitas das questões são semelhantes", diz Claire, que fez estudos com jovens de 18 a 22 anos em quatro países, dois da Europa Ocidental -Reino Unido e Alemanha- e dois da Europa Oriental -Polônia e Ucrânia.
São questões como aumento da criminalidade, do suicídio, do desemprego e da dificuldade em conseguir moradia. Na Europa Oriental os jovens passaram a ter os mesmos problemas que seus colegas do Ocidente, mas bem mais rapidamente.
No caso britânico, foram políticas de privatização na área de moradias públicas que tornaram mais difícil ao jovem sair da casa dos pais. "Tenho amigas que reclamam que não conseguem se livrar de seus filhos", brincou a socióloga. Os jovens cada vez mais ficam na casa dos pais -até mesmo aos 30 anos- e adiam o casamento.

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