São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Argentina aceita cotas para carros

SÔNIA MOSSRI; DENISE CHRISPIM MARIN
ENVIADA ESPECIAL A BARILOCHE

O governo argentino está disposto a negociar com o Brasil a adoção de regime de cotas informais para a exportação de automóveis em 96. Isso substituiria a fixação de limite oficial para a venda de carros argentinos ao Brasil.
A Folha apurou que o presidente argentino, Carlos Menem, durante reunião de mais de meia hora com o presidente Fernando Henrique Cardoso, mostrou-se preocupado com a eventual prorrogação do regime de cotas de importação para a indústria automobilística.
FHC e Menem tiveram um encontro reservado antes do encerramento da V Conferência de Cúpula Ibero-Americana, em Bariloche.
Antes da reunião, o Palácio do Planalto e a chancelaria argentina esperavam que o tema das cotas de exportações de automóveis argentinos para o Brasil fosse parte da conversa entre os dois presidentes. Oficialmente, nem o Itamaraty nem o Ministério das Relações Exteriores da Argentina comentam a possibilidade de o Brasil instituir política industrial específica para o setor.
O governo brasileiro pretende utilizar o argumento da criação de um regime para a indústria automobilística para manter cotas de importação da Argentina.
O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, implantou há três anos um regime para a indústria automobilística, programado para vigorar até 99 -cada empresa pode importar no mesmo volume que exportar.
O governo brasileiro tem simpatia por esse modelo e pretende definir um sistema semelhante, que também se estenderia até 99. Os ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, do Comércio e do Turismo já analisam a questão.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Jorge Campbell, prefere afirmar que "não existe nenhuma restrição" nas relações comerciais entre os dois países. Ele disse que os dois governos não estudam sistema de cota informal para exportações argentinas de veículos.
Pela cota informal, o Brasil negociaria com a Argentina um volume de importações de automóveis. O limite poderia variar de acordo com o comportamento da economia brasileira.
O Ministério da Economia da Argentina acertaria com as montadoras do país um teto de vendas para o Brasil. A idéia tem o apoio da assessoria de Cavallo, que não a comenta publicamente por causa das pressões contrárias do setor automobilístico.

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