São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Tornatore perde paraíso dos sentimentos
INÁCIO ARAUJO
Ex-astro de futebol americano, Simpson se tornou personagem principal do julgamento onde foi acusado de duplo assassinato (e inocentado). Se emissoras de TV viveram pelo menos um ano às custas desse processo -a partir do qual foi elaborada toda uma ficção, para consumo em forma de novela- por que não poderia a Bandeirantes tirar uma casquinha? A noite tem dois programas para públicos diferentes, ambos vindos da Itália. "Olhos na Boca" (CNT/Gazeta, 23h) traz o Marco Bellocchio um tanto confuso dos anos 80, mas nunca nulo. "Estamos Todos Bem" (Globo, 1h15) traz de volta o diretor Giuseppe Tornatore após o sucesso de "Cinema Paradiso". Um retorno um tanto decepcionante, com Marcello Mastroianni fazendo o homem que sai pelo país em busca dos filhos, já crescidos, mas sempre imaginando-os como crianças. O papel paterno -e seu olhar para os filhos- parece ter ficado um pouco reprimido, em termos de sentimentos. Como se Tornatore tivesse medo de cair no piegas. Ficou num terreno meio vago, meio cinza. Por fim, a Record programou um velho conhecido de suas sessões vespertinas, "Quem Foi Jesse James", de Nicholas Ray. Com Ray, entramos no território do grande cinema. Mesmo que Jesse James seja um personagem já visitadíssimo pelo cinema, o filme traz um novo olhar sobre Jesse e seu irmão Frank. Nem propriamente heróis, nem vilões. São, antes, os renegados, os sem lugar social, vistos com a força do olhar de um grande cineasta. (IA) Texto Anterior: Jogador da moda; Cama e mesa Próximo Texto: Lean realiza o épico do banal Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |