São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Os latinos precisam se unir

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Redação do diário argentino "Clarín", Ricardo Kirschbaum, defendeu ontem em palestra uma maior aproximação entre os jornais latino-americanos, para a implantação de "projetos comuns", em particular na área do Mercosul.
Kirschbaum abriu a sua palestra lembrando que a crise no México atrapalhou o processo de integração que estava começando entre Brasil e Argentina -integração que já vinha sofrendo com "a barreira idiomática"'- mas disse que não vê alternativa.
Sem os projetos comuns, acredita ele, "os grandes diários da América Latina se tornam 'carriers' dos grandes diários americanos e europeus".
Citou como exemplo a edição em espanhol do diário norte-americano "The Wall Street Journal", que já é distribuída regularmente por jornais latino-americanos.
Abordando o tema das novas tecnologias, Kirschbaum questionou os "apocalípticos" que anunciam o fim da imprensa, vencida pelos meios eletrônicos, mas declarou que "a imprensa não pode seguir fazendo o jornalismo que fazia nos anos 70".
O redator-chefe da "Gazeta Mercantil Mercosul", José Antônio Severo, concordou que a integração regional "não se refletiu nos meios de comunicação", apresentando poucas publicações voltadas para a região, a maioria "ligada a entidades empresariais".
Sublinhando também a "barreira da língua", ele disse acreditar que "a integração vai crescer, com o tempo, e se fará por meio do jornalismo econômico".
O colunista da Folha Clóvis Rossi encerrou os pronunciamentos apoiando a idéia de Kirschbaum, de criação de um jornal latino-americano nos moldes do "International Herald Tribune".

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