São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Japoneses bebem suco de laranja brasileiro

BRUNO BLECHER
EDITOR DO AGROFOLHA

O suco de laranja começa a ganhar espaço na terra do chá. Nesta safra (95/96), o Brasil deverá exportar para o Japão 95 mil toneladas de suco.
A perspectiva da indústria é chegar a 150 mil toneladas/ano até o ano 2000.
As vendas vem crescendo desde 1992, quando o Japão liberou a entrada do suco de laranja.
"Até 1987, o mercado japonês estava fechado para o suco de laranja. Depois, entre 87 e 92, o governo estabeleceu quotas para importação até a liberação total", explica Ademerval Garcia, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus).
Segundo ele, o maior entrave agora é a tarifa de 30% sobre o valor CIF, que deve agora ser reduzida em 15% num período de seis anos.
O grande desafio da indústria brasileira é estimular o consumo de suco de laranja entre os japoneses.
"O japonês não está habituado ao suco de laranja e temos que enfrentar a concorrência com os refrigerantes, café e principalmente o chá", afirma Garcia.
Para divulgar seu produto, a indústria brasileira investiu recentemente US$ 3,5 milhões numa campanha na TV e tem participado de várias feiras de alimentação no Japão.
O mercado japonês consome atualmente 130 mil toneladas/ano de suco de laranja, segundo dados da Abecitrus.
"Nossa fatia nesse mercado é de 2/3. A Flórida fica com 1/3", diz Garcia.
Nesta safra, a receita da indústria brasileira de suco cítrico com as exportações para o Japão deve alcançar US$ 115 milhões.
Todas as empresas brasileiras de suco de laranja operam no Japão.
Cutrale e Citrosuco contam, inclusive, com um terminal próprio, em Toyo Hashi (300 km ao sul de Tóquio. "O terminal permite o transporte do suco a granel e também funciona como depósito", diz o presidente da Abecitrus.

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