São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Dekassegui prefere o Brasil

BETINA BERNARDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A fisioterapeuta Kazuko Utsumi, 52, viveu um ano (abril de 1992 a abril de 1993) como dekassegui no Japão.
“A vida no Brasil é bem melhor. Tem mais espaço, fartura de comida, as pessoas são mais abertas e sociáveis”, diz.
Segundo o Datafolha, 18% dos descendentes de japoneses em São Paulo têm intenção de ir ao Japão como dekassegui (trabalhadores que deixam o país em busca de melhores oportunidades).
Kazuko se formou na USP e trabalhou por 23 anos em uma clínica particular de ortopedia, até decidir ir ao Japão. Seu novo endereço passou a ser um hospital em Nagoya, onde tomava conta dos pacientes. “Falo japonês desde pequena, meus pais só falam japonês. Seria impossível fazer esse tipo de trabalho sem falar a língua.”
Segundo ela, os dois primeiros meses de adaptação foram os piores. “Não entendo os ideogramas. Se você está na rua, vê uma placa e pergunta para algum japonês o que significa, eles te olham como quem diz: ‘você não sabe ler, é analfabeta?’ É horrível.”
Kasuko diz que fez poucos amigos e não tinha folga nem aos domingo e feriados, mas chegava a ganhar até US$ 5.000 por mês. “Meu objetivo era comprar um imóvel. Consegui.”
(BB)

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