São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995 |
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Brasileira tenta custódia da filha nos EUA
DANIELA FALCÃO
Jaqueline foi para os EUA em setembro de 1990 para passar as férias com Silva, que é imigrante ilegal e vive no país desde 1989. Ela deveria ter voltado a São Paulo -onde morava com a mãe, Rosane Andrade Silva, 31- em fevereiro de 1991, quando começaria a ser alfabetizada. Mas Silva decidiu que a filha deveria ficar com ele e, desde então, mora com Jaqueline num barco que serve de casa para os dois. Rosane tentou buscar a filha três vezes, mas nunca conseguiu visto nem dinheiro para viajar de São Paulo até Nova York. Nos últimos cinco anos, ela falou com Jaqueline menos de 20 vezes. "Joel não tinha telefone e, de vez em quando, Jaqueline me ligava a cobrar. Mas o pai sempre estava ao seu lado e ela só fazia chorar", conta Rosane. Sem contato com a filha, Rosane afirma que tentou conseguir que a Justiça brasileira ordenasse que Joel devolvesse Jaqueline. "Só que, legalmente, nós ainda éramos casados e ninguém tinha direito à custódia. Todos os advogados que procurei disseram que eu teria que entrar com a queixa na Justiça dos EUA e que, para isso, era preciso um dinheiro que eu não tinha." Em agosto deste ano, um tio de Silva que mora em Nova York ligou para Rosane dizendo que o sobrinho havia sido preso por não ter pago cerca de US$ 5.000 em multas de trânsito e que Jaqueline estava abandonada no barco. "Sempre senti muita falta da minha filha, mas me conformava porque imaginava que ela vivia bem. Quando soube que ela estava sozinha, fiquei desesperada e decidi buscá-la de qualquer jeito." Rosane entrou em contato com a advogada brasileira Maria Isabel Noronha Thomas, 54, há 13 trabalhando nos EUA. Mas quando ela conseguiu dinheiro e visto para ir aos EUA, em setembro, Silva já havia sido liberado da prisão. Para evitar que ele voltasse a sumir com a menina, Thomas entrou na Justiça. Na semana passada, a Corte de Nova York nomeou uma guardiã para verificar como vive Jaqueline e determinar quem deverá ficar com ela. Texto Anterior: Antropólogo Luiz Mott irá à festa de Zumbi Próximo Texto: Pai evita falar sobre o caso Índice |
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