São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Reservas caem e juros sobem no México

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

As reservas internacionais do Banco do México diminuíram US$ 1 bilhão na semana de 6 a 13 de outubro, informou a instituição. Elas passaram de US$ 14,8 bilhões para US$ 13,8 bilhões, registrando queda de 6,75%.
Segundo comunicado do banco, a principal causa da diminuição foi o pagamento antecipado de US$ 780 milhões ao Tesouro norte-americano, referente ao empréstimo de US$ 20 bilhões outorgado pelos EUA ao México em fevereiro.
No leilão feito ontem pelo Banco do México, os juros subiram pela quarta semana consecutiva.
O rendimento dos Cetes (títulos do Tesouro) a 28 dias (taxa líder) passou de 39% para 42% ao ano. Um aumento de 7,7% na taxa.
Os Cetes a 91 dias aumentaram dois pontos percentuais e rendem agora 42,5% ao ano.
Nas últimas quatro semanas, a alta acumulada dos juros é de dez pontos percentuais, o que equivale a aumento de 31% na taxa.
Analistas acreditam que a alta dos juros está vinculada às pressões que o peso vem sofrendo com relação ao dólar.
Nos últimos 30 dias, o dólar subiu 40 centavos de novos pesos, passando de 6,35 a 6,75 a venda. Isso significa uma nova desvalorização, de 6%, que se soma à perda de 45% registrada pela moeda mexicana frente ao dólar entre janeiro e setembro.
Previsões
O PIB (Produto Interno Bruto) mexicano deve cair 7,2% neste ano e o consumo interno, 10%, revela o documento "Análise Econômica dos Mercados Emergentes", da corretora norte-americana JP Morgan, no mês de setembro.
Segundo o estudo, o investimento direto estrangeiro no México vai totalizar US$ 4 bilhões em 95, exatamente a metade dos US$ 8 bilhões captados em 94, e a inflação deste ano será de 48,6%.
As previsões para 96, porém, são otimistas. A corretora prevê crescimento de 3,2% do PIB e inflação de 22,5%, além de estabilização do peso frente ao dólar, à cotação de 6,70 para um.

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