São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Alan Parsons traz pop progressivo a SP

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Show: Alan Parsons
Onde: Palace (av. Jamaris, 213, Moema, tel. 001/531-4900)
Quando: terça e quarta, às 21h30
Preço: de R$ 30 a R$ 80

Apesar dos 20 anos de carreira, Alan Parsons só começou a fazer turnês no ano passado. O resultado foi seu primeiro disco ao vivo, "The Very Best Live", que o produtor, tecladista e guitarrista lança em São Paulo, no Palace, terça e quarta.
Alan Parsons teve um hit massivo nos anos 80 com a música "Time", que chegou a ser trilha de novela no Brasil. Seu currículo vem desde o tempo dos Beatles, para quem pilotou a mesa de som durante as gravações dos álbums "Abbey Road" e "Let It Be". Ainda inclui a trilha sonora do filme "O Feitiço de Áquila".
A grande influência de sua banda é o grupo de rock progressivo Pink Floyd, com quem trabalhou na gravação do álbum "Dark Side of the Moon" -um dos LP mais vendidos de todos os tempos.
Ele falou à Folha por telefone, de Oxford, na Inglaterra.
Folha - Por que foram necessários 20 anos para decidir realizar a primeira turnê?
Alan Parsons - Porque só agora é o momento certo. Não só pela disponibilidade de tempo, mas pela viabilidade. Era difícil recriar o clima dos discos num palco, nos anos 80. Tivemos que esperar pelo surgimento da tecnologia adequada para poder colocar o disco na estrada.
Folha - Como está encarando a experiência de fazer turnês tão tarde na carreira?
Parsons - Como muitas turnês de principiantes, não conseguimos fazer dinheiro suficiente para cobrir nossos custos. Agora sei o quanto custa cada hotel bom, cada limusine à espera da banda no aeroporto. Tentamos controlar os excessos e nos fixar no objetivo de divulgar nosso nome.
Folha - Sua banda tem três tecladistas. Não acha que isso destoa do que as novas bandas, todas centradas em guitarras, estão produzindo hoje?
Parsons - Não somos exatamente uma banda de tecladistas. Não enchemos as músicas com solos de teclado. A guitarra ainda domina nossas apresentações. Na falta de outra definição, nosso som é um tipo de pop progressivo.
Folha - Você recebe alguma porcentagem a cada vez que o álbum "Dark Side of the Moon" é relançado?
Parsons - Nada. Pink Floyd só me pagou como engenheiro de som da turnê. Fui pago pelos estúdios da EMI para trabalhar na mesa de som durante as gravações. Nunca recebi nada pela vendagem do disco. Pode publicar com letras maiúsculas.
Folha - Ao que você credita a longevidade desse disco, que ainda hoje é tocado em algumas rádios?
Parsons - O que faz de um disco um clássico? Tudo o que posso dizer é que me orgulho muito de ter podido contribuir para a sua criação. Só lamento não ter continuado a trabalhar com Pink Floyd. Mas isso se deve a razões comerciais e não a diferenças criativas.
Folha - Se pudesse escolher, quem produziria no pop atual?
Parsons - Dentre os artistas que, recentemente, fizeram discos que admiro, posso citar Cranberries, Blur, Sheryl Crow e Enya. Mas no futuro devo me concentrar na produção de trilhas de cinema.

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