São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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FHC pede para Cícero Lucena não se abalar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso mandou um recado ontem ao secretário de Políticas Regionais, Cícero Lucena: que não se abalasse com a notícia de que seria demitido. O recado seria transmitido à noite pelo secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge.
O Planalto descartou a demissão de Lucena ou qualquer mudança do primeiro escalão do governo. FHC também não considera a hipótese de o ministro pedir para sair, pelo menos por enquanto.
À noite, antes de embarcar para São Paulo, FHC disse que "deve ser algum candidato a ministro que está espalhando o boato" de mudança no ministério.
As cobranças de FHC sobre a fidelidade do PMDB na votação da proposta de reforma administrativa provocaram uma crise no partido.
FHC disse aos líderes governistas que não aceitava a oposição à reforma administrativa dos partidos que participam do governo com cargos e ministérios.
Os três deputados do PMDB da Paraíba, que integram a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, anunciaram que votam contra a proposta do governo. A Paraíba é o Estado de Lucena.
A posição do partido será mantida na CCJ, informou o líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP). "Quem já manifestou a sua posição vai mantê-la. O PMDB terá cinco ou seis votos contra o governo", disse.
Os líderes do PMDB na Câmara e no Senado, Michel Temer e Jáder Barbalho (PA), procuraram atenuar as declarações do presidente. Mas propuseram a convocação do Conselho Político do partido para decidir sobre as reformas administrativa e previdenciária. A reunião foi marcada para a próxima quarta-feira.
Temer foi à tribuna da Câmara e afirmou que havia uma tentativa de intrigar o PMDB com o governo.
O ministro marcou reunião com a bancada da Paraíba no Congresso, às 19h30, em sua casa, para decidir sobre sua permanência ou não no governo.

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