São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Quércia é condenado por operação irregular

DA REPORTAGEM LOCAL

A 7ª Vara da Fazenda Pública condenou o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (1987-91) e Otávio Ceccato, ex-presidente do Banespa, a ressarcir prejuízos que teriam sido causados por uma operação irregular do banco.
Quércia e Ceccato podem recorrer para tentar derrubar a decisão na Justiça, pois a sentença foi dada ainda em primeira instância. Eles têm prazo de 15 dias para tomar essa providência.
A Folha tentou falar ontem com o ex-governador e o ex-presidente do Banespa, mas não obteve repostados telefonemas dados para os seus escritórios e residências entre as 14h e 18h.
A condenação teve início com uma ação popular de autoria da ex-deputada estadual Ruth Escobar, em 1987.
A Justiça ainda não determinou o valor que o ex-governador e Ceccato podem ser obrigados a devolver ao Estado, conforme informou ontem a 7ª Vara da Fazenda Pública.
Segundo avaliação da Procuradoria da República, que participou das investigações do caso, o prejuízo da operação foi de pelo menos US$ 17 milhões.

Entenda o caso
A irregularidade, segundo a Procuradoria da República, consistiu na compra, feita em 1987, de um lote de US$ 50,3 milhões em Apólices do Tesouro Municipal (ATMs) -como eram chamados os títulos da Prefeitura de São Paulo.
No mesmo dia da compra, as apólices teriam passado por outras quatro corretoras e mais uma empresa "fantasma."
Esse caminho percorrido pelos papéis-moeda tinha um objetivo, segundo a Procuradoria: a Banescor, corretora de câmbio do Banespa.
A corretora receberia as apólices por um preço muito acima do valor adquirido inicialmente.

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