São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Petroleiros preparam nova paralisação geral

SHIRLEY EMERICK
ALEX RIBEIRO

SHIRLEY EMERICK; ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petrobrás vai pedir ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), na terça-feira, o julgamento do dissídio dos petroleiros. A negociação salarial com a categoria não levou a um acordo. A decisão eleva as chances de nova greve dos petroleiros, a ser marcada em plenária hoje e amanhã.
Não houve acordo na reunião de ontem com a FUP (Federação Única dos Petroleiros). A Folha apurou que há uma determinação do governo para resolver o impasse na Justiça do Trabalho.
As negociações já duram dois meses, e o governo não quer ceder às reivindicações dos trabalhadores relacionadas à greve de 30 dias em maio, considerada abusiva pelo TST.
A FUP vai propor hoje nova greve à categoria. Os dirigentes estarão reunidos até amanhã para definir a mobilização.
Os sindicalistas estão insatisfeitos com a rigidez da estatal nas negociações. A categoria tem data-base em setembro.
Os petroleiros querem a garantia do emprego e o cancelamento dos reflexos da greve de maio -como desconto do 13º salário e férias, suspensão das promoções e advertências.
A Petrobrás aceitou apenas parcelar em duas vezes os descontos de 18 dias de férias e adiar para fevereiro os descontos do 13º.
A empresa ofereceu 29,8% de reajuste, dos quais 20,9% são garantidos por lei.
Os petroleiros querem reajuste salarial de 48,84%, correspondente ao Índice de Custo de Vida do Dieese. Eles reivindicam também 6,5% de produtividade e o pagamento de 12% a 18% para ajuste dos níveis salariais.
O coordenador da FUP, Antônio Carlos Spis, disse que não acredita que a Petrobrás vá à Justiça porque ela já tinha fixado o dia 17 para o limite das negociações.

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