São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bresser rejeita mudança de emenda na CCJ

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Administração e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser Pereira, admitiu ontem ceder em alguns pontos da reforma administrativa, mas rejeitou negociar a emenda constitucional antes de sua aprovação na íntegra pela CCJ da Câmara.
"Não cabe discutir questões de mérito na CCJ", disse o ministro. "Estamos dispostos a discutir com os líderes, não agora na CCJ, mas fechar um acordo quanto à orientação do que vai ser feito na comissão que vai analisar o mérito."
Ele disse que o governo vê com simpatia uma sugestão feita pelo líder do PFL na Câmara, Inocêncio de Oliveira (PE), ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Bresser, a limitação de demissões de servidores a casos em que a folha salarial ultrapasse 60% da arrecadação, idéia que partiu do governo paulista e foi apresentada por Inocêncio a FHC, "não inviabiliza a reforma".
Na próxima segunda-feira, Bresser vai se reunir com lideranças no Congresso para negociar alterações na comissão que vai analisar o mérito da emenda, após a votação na CCJ. "O governo faz questão que passe na CCJ do jeito que está", disse.
O ministro disse que desconhece as outras propostas de alteração da emenda feitas por Inocêncio.
Bresser esteve no 1º Encontro dos Secretários Municipais do Rio de Janeiro. Almoçou com o prefeito do Rio, César Maia (PFL), que criticou FHC por fazer ameaças para garantir votos dos aliados.
"Os políticos muito experimentados sabem que cão que ladra não morde. As pressões, para serem eficazes, devem ser discretas. As não-discretas, em política, são ineficazes", afirmou.
Maia disse que apóia o fim da estabilidade dos servidores, mas afirmou que a aprovação da emenda não acarretaria nenhuma demissão na prefeitura do Rio.
"Sem nenhum barulho ou foguetório, demiti 12 mil funcionários e não tenho mais nenhum para demitir", afirmou.
Ontem, também no Rio, os ministros Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento) fizeram a defesa da reforma administrativa do governo durante posse da nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
Para Malan, a aprovação do projeto é "condição sine qua non para qualquer esforço de se organizar as finanças públicas no Brasil". Serra disse que a reforma é essencial "porque o Brasil não pode resolver seus problemas somente aumentando impostos".

Texto Anterior: Laboratório de ponta é inaugurado no Brasil
Próximo Texto: Recife é destaque do fascículo de amanhã
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.