São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Polícia vai apurar 'fita do suborno'

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público de São Paulo (MP) pediu ontem à Polícia Civil informações sobre a apuração do caso da "fita do suborno".
O ofício, assinado pelo procurador-geral de Justiça do Estado, José Emmanuel Burle Filho, foi encaminhado à delegacia Geral de Polícia (leia texto abaixo). Junto com o ofício, foram enviadas cópias de matérias da Folha.
O MP decidiu analisar primeiro as informações preliminares colhidas pela polícia para depois decidir como abrir um inquérito.
A fita cita vários casos, mas a intenção do MP é incluí-los numa única investigação. Desse modo, poderia ficar caracterizado um esquema de corrupção, e não só um caso isolado de suborno de juiz.
Os casos mais detalhados expostos nas gravações do ex-juiz Wilson Roberto Catani citam o Botafogo-SP e o Corinthians.
Mas Catani, que coordenaria o esquema para fabricar resultados, cita outros clubes, como o Palmeiras, o Sport-PE, o União São João.
Entre as pessoas citadas, está o ex-dirigente do Palmeiras e atual presidente em exercício da Federação Paulista de Futebol, Carlos Facchina. Segundo Catani, ele teria agido em favor da Sãocarlense, equipe de sua cidade natal.
A polícia deverá agora reunir elementos sobre o caso, que serão depois encaminhados ao MP.
"Vou apurar o que existe", disse ontem à Folha Luis Roberto Ramada Spadafora, corregedor da Polícia Civil.
Ele afirmou que inicialmente vai pedir informações para a Delegacia Seccional de Ribeirão Preto.
Anteontem, o delegado da Seccional, Moisés José Cocito, havia descartado investigar o caso. O filho de Cocito joga no Botafogo.
Para Spadafora, o fato de a fita com as declarações de Catani ter sido obtida de forma ilícita -e não servir assim como prova-, não impede a ação da polícia.
"É um princípio. A partir daí, compete à polícia buscar provas que sejam incontestáveis", disse.

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