São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cenas de um casamento

JUCA KFOURI

Giulite Coutinho, ex-presidente da CBF, aproxima-se de Pelé no casamento de Hélio Viana, vice-presidente da Pelé Sports & Marketing, e pergunta: "Quando você vai jantar lá em casa para lançarmos sua candidatura à Presidência da República?". Resposta: "É melhor marcarmos um almoço. Esse jantar não vai ter, não".
Coutinho insiste: "Mas você tem compromissos com o país".
Novo drible. "Tenho e estou tentando cumpri-los. Mas basta a proximidade com o presidente Fernando Henrique para me convencer de que eu não quero passar o que ele está passando."

O governador do Rio de Janeiro, Marcelo Alencar, convocou reunião para segunda-feira com os presidentes dos clubes cariocas.
Ele acha que já está mais do que na hora de reabrir o Maracanã. Dá total apoio à política de saneamento realizada pelo administrador do estádio, Raul Raposo -de fato um marco na gestão dos estádios públicos brasileiros-, e está convencido de que a batalha diante da opinião pública está quase ganha.
Só falta fazer a bola rolar no gramado do maior do mundo.

O presidente do Fluminense, Arnaldo Santiago, era médico do Vasco e vê, do banco de reservas, o zagueiro Joel descendo a ripa em Pelé. De repente, o Rei pega a bola e, em vez de partir em direção à área, como era seu costume, corre em diagonal para a marca esquerda do escanteio. Joel investe como um touro raivoso e recebe uma senhora cotovelada. Zonzo, fora de campo, Joel é atendido por Santiago que vê Pelé se aproximar, abaixar, pegar os dois pulsos de Joel e dizer: "Levanta, Joel. Levanta porque essa eu ainda não acertei como queria".

O Fluminense, por sinal, é o único clube brasileiro que já mudou seu estatuto para poder se transformar em S.A., como prevê a Lei Zico. Só falta virar empresa. Só???

O pessoal do marketing esportivo está curioso pelo desfecho do caso em que a empresa BG está acionando o Guarani por causa das placas no estádio Brinco de Ouro, em Campinas.
A BG tem os direitos, mas levou um chega pra lá da Traffic, a pedido de Ricardo Teixeira, quando a seleção brasileira de futebol jogou em Campinas.
Como o G da BG é o diretor de esportes da Rede Globo, Ciro José Gonzales, a pergunta é: a vitória líquida e certa da BG embaçará as relações da Globo com a CBF?

Texto Anterior: Notas
Próximo Texto: Telê pede 'descontração' ao time contra o Juventude
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.