São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Vernon Reid faz show de malabarista

Banda emoldura solos de guitarra

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem acha que basta um bocado de técnica e bastante rapidez para fazer um bom guitarrista deve ter se divertido muito no show de Vernon Reid e sua banda, Masque, anteontem no Palace, na terceira noite do 10º Free Jazz.
Quem acha que música se restringe a solos de guitarra virtuosos e distorcidos não vai esquecer a apresentação tão cedo.
O clarinetista Donald Byron segue o mesmo estilo, embora menos barulhento. Mas, durante os 60 minutos do show, a banda serviu de pano de fundo para os malabarismo de Reid nas escalas da guitarra.
Dá uma certa nostalgia do seu antigo grupo, Living Colour, extinto no início do ano.
Na partilha de bens do fim do casamento musical do Living Colour, Reid deve ter deixado todo o balanço e melodia para os ex-companheiros.
Preferiu ficar só com as tranças rastafaris e o som pesado e distorcido.
Também abriu mão do pop. O seu trabalho solo junto ao Masque traz uma fusão de heavy metal, rap, funk e jazz, mas não é muito comercial.
Apesar disso, o repertório de 12 músicas desconhecidas -a maioria instrumental- conseguiu animar um bom pedaço da platéia.
Mas exibicionismo por exibicionismo, o momento mais aplaudido do show foi o final, em "Mistaken Identity", quando o rapper se atirou do palco no meio do público.
Os "fãs" não seguraram o "ídolo", que se estatelou no chão. O público foi ao delírio.

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